Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Aveiro olham para o acordo entre PS e PSD como início de um processo que levará o orçamento para a especialidade onde é possível debater o futuro do Estado e as políticas de contenção que muitos reclamam para a máquina do estado.
Jorge Greno, do PP, diz que esse é um debate fundamental: “O corte da despesa é algo que tem de ser feito de uma forma radical, provavelmente a começar na redução do número de deputados e ver efectivamente onde é que o Estado gasta porque se o Estado der um bom exemplo de poupança, esse exemplo também se transmite à sociedade”.
Paulo Jesus, do PS, espera que o acordo seja duradouro e possa vigorar no médio prazo. Para o socialista esse caminho é fundamental para reformar o Estado mesmo em caso de alternância democrática: “Espero que se mantenha o sentido de responsabilidade de todos os partidos. O PSD tem aqui um papel fundamental, até porque algumas medidas que serão necessárias, irão exigir um sentido de continuidade e até algum acordo entre os partidos”.
João Dias do BE, diz que o acordo entre PS e PSD não significa nada de novo porque os partidos até poderiam ter trocado de posição que tudo seria idêntico: “Em qualquer negociação com o PS e PSD sabemos que não vai sair coisa boa. Serão decisões de cariz político mediático. Se o PSD estivesse no poder, o OE seria praticamente igual e o PS faria o papel que o PSD está a fazer neste momento”.
Para Manuel Coimbra, do PSD, importante é que o Orçamento de Estado possa funcionar como exemplo da organização do Estado para o resto da sociedade: “Não podemos continuar a ter políticas de desperdício e de consumo. Temos de ter políticas que nos dêem mais riqueza e que não tornem os pobres mais pobres e os ricos mais ricos. O PSD não preconiza nenhuma revolução. O PSD preconiza uma sociedade mais justa”.
O debate na última edição do programa “Canal Central”. |