Os alunos do 12.º ano do Curso Profissional de Artes do Espectáculo – Interpretação (CPAEI) do Conservatório de Música da Jobra marcaram presença na Casa da Música, no Porto, entre 26 e 30 de Outubro, com duas apresentações diárias de Flatland, dirigidas aos alunos das Escolas do Ensino Básico (2.º e 3.º ciclo). Um espectáculo multidisciplinar que conjugou música, vídeo, teatro e rádio. O texto é inspirado no romance homónimo do escritor inglês do final do século XIX, Edwin A. Abbott.
“Tudo principiou pela música e pelo vídeo e por um desafio de criar diferentes universos para diferentes dimensões. Os corpos dos actores e vozes dos locutores contam a história desta pluridimensionalidade”, explicou o encenador José Geraldo. Este trabalho foi orientado por Cristina Vieira e Paulo Neto, docentes do Conservatório de Música da Jobra.
Perceptível por todos os públicos, com um ritmo dramatúrgico que vive de constantes surpresas e tensões, o espectáculo trouxe também à cena Linhas, Triângulos, Pentágonos, Hexágonos e outras figuras que, personificando a sociedade humana, têm os seus conflitos, humores e emoções.
Uma provocação à imaginação do espectador, Flatland faz da matemática terreno de diversão, acicatando a curiosidade como porta de abertura do conhecimento. É, também uma crítica à organização social em Inglaterra no tempo de Edwin A. Abbot (o livro foi escrito em 1884) e uma reflexão sobre a luta de classes que prevalece nos dias de hoje. Com originalidade e grande dinamismo em palco, aprende-se, desenvolve-se o espírito crítico e, sobretudo, provoca-se o riso.
Este espectáculo, com duas sessões diárias, teve sempre casa cheia e foi bastante aplaudido.
Flatland marcou também a elaboração de um protocolo institucional entre a Fundação Casa da Música e o Conservatório de Música da Jobra. Elaborado para cimentar a boa relação entre o CMJ e a Casa da Música, este protocolo prevê a elaboração de diversas actividades em conjunto pelas duas instituições. |