A Federação Nacional da Educação considera que os Centros Escolares podem trazer benefícios para as crianças, como o desenvolvimento social, mas não deixam de revelar preocupação com a perturbação que essa mudança poderá causar na vida das crianças e também dos pais. "A questão que se coloca é se há condições ou se ainda está tudo muito bem adequado ou feito à medida em que não haja convulsões com estas grandes questões dos Centros Educativos. A perturbação é dos pais e das crianças que se levantam às 6 ou 7 da manhã para andar de autocarro ou táxi, com frio e chuva. Se isso for tudo feito tendo em vista um maior aproveitamento de socialização, não tendo essa preocupação de quando se salta de um professor para 4 ou 5, se este ambiente criar isso eu penso que isso é uma questão mais positiva. O nosso grande receio é aquilo a que se chama os tais mega grandes Centros Educativos", refere José Frade, membro da Comissão Permanente da Federação. José Frade diz, ainda, que a construção dos centros escolares, e o consequente encerramento de escolas do 1º ciclo, têm uma base económica e que foram projectados para ser possível poupar nos professores e auxiliares das escolas: "Passar de um centro onde havia 1000 alunos para 3000 acho que é algo que não é, à primeira vista, pacífico. Porque é diferente a gestão de um mega agrupamento destes de uma gestão moderada. Por trás disto está uma questão economicista. A centralização poupa mais professores, poupa mais dinheiro em gastos de recursos humanos, poupa mais certamente de expressão que tinha que haver em auxiliares ou de centros operacionais e de outros serviços, não se olhando a meios à perturbação que isso traz". José Frade, membro da Comissão Permanente da FNE, em entrevista ao programa "Conversas". |