Dias antes do início da época desportiva na Liga Portuguesa de Basquetebol, Alexandre Pires deu uma entrevista ao site do Illiabum sobre as expectativas e os objectivos para este ano. Entrevista que a Terra Nova publica na íntegra.
Site do Clube (SC) - Alexandre Pires, segundo ano à frente dos destinos da equipa principal do Illiabum, com um desafio distinto do da época transacta. A época passada apostou na continuidade, mantendo a estrutura base do grupo. Esta época e com apenas dois atletas a transitar da equipa anterior, é começar do zero?
Alexandre Pires (AP) - O conhecimento entre atletas e treinadores do ponto de vista humano, técnico e táctico é importante para a construção e crescimento de qualquer grupo de trabalho. Como refere, apenas dois atletas transitam da época passada o que nesta fase inicial provoca uma adaptação entre os próprios atletas e dos atletas com os treinadores, clube, cidade… Mas depositamos enorme confiança em todos para que rapidamente sejamos uma equipa.
SC - Depois da prestação da equipa nas duas últimas épocas (Campeão da Proliga e um brilhante quinto lugar no regresso ao campeonato maior da FPB) tem noção de que a exigência para esta época é elevada?
AP - Ter consciência das nossas limitações na vida em geral e no desporto em particular é importante para o traçar de objectivos e para tentar evoluir diariamente. Qualquer objectivo proposto terá necessariamente de estar enquadrado com a realidade da competição, com o grupo e com o nível dos nossos adversários. Não competimos sozinhos nem ganhamos ou perdemos sem um opositor. Não sei o que esperam de nós mas sei o que queremos, ser competentes, dedicados e profissionais naquilo que fazemos diariamente. Terminar a fase regular dentro dos oito primeiros classificados é o primeiro objectivo.
SC - Para já dois torneios e duas vitórias, têm um significado importante para si?
AP - A nossa participação no Torneio do Sangalhos e do Galitos estava englobada no nosso período de preparação e com objectivos distintos, mas é claramente mais agradável cumprir os nossos objectivos ganhando.
SC - O campeonato da L.P.B. arranca este fim-de-semana. O plantel está completo?
AP - O plantel do Illiabum não está, a exemplo da época passada, fechado. Para mim o plantel está sempre em aberto. O que posso dizer é que nesta altura o plantel do Illiabum está completo, o que é diferente de estar fechado.
SC - As novas regras, nomeadamente o afastamento da linha de três pontos, podem trazer mudanças ao jogo?
AP - Penso que numa fase inicial haverá uma adaptação dos lançadores à nova distância, a redução do espaço entre a linha de 3pts e a linha lateral (canto) provocará mais violações que o habitual. Mais espaço físico para os jogadores interiores na área restritiva. Mas de todas as alterações a que penso que pode alterar mais o jogo é o tempo de posse de bola: menos tempo, decisões mais rápidas.
SC - O que podem esperar os adeptos das caras novas da equipa?
AP:
Miguel Barroca:
O Miguel é um base que gosta de tomar decisões, bom penetrador e lançador, vive o jogo intensamente, tem uma boa leitura de jogo, boa interpretação do ”pick and roll”.
Cristóvão Cordeiro:
Estamos na presença de uma das esperanças do basquetebol nacional. Tem presença física, argumentos técnicos, tiro exterior… Tem pouca experiência competitiva nos últimos anos, que esperamos anular com a entrega cada vez maior do atleta.
João Balseiro:
O João fez uma boa época o ano passado. Teve que ser operado o que atrasou a sua preparação para esta nova época. A entrega ao jogo, o tiro exterior e saídas rápidas em contra-ataque são as suas melhores armas.
Nuno Silva:
Experiência, entrega e espírito de missão, muita ajuda nos ressaltos.
Nuno Alves:
Experiência, humildade, dedicação, lealdade, amor ao jogo, presença física e intensidade. Um dos poucos verdadeiros “5” do basquetebol português.
Evan Harris:
Plasticidade nas suas acções, ressaltos, desarme de lançamento, defesa e afundanços.
Nate Frischt:
Um 3 que conhece o jogo como um bas. Intensidade defensiva, tiro exterior e penetrações.
Ralph Hegamin:
É um jogador jovem que pela primeira vez joga na Europa, versátil, com bom tiro exterior e bom ressaltador defensivo.
SC - Este é um campeonato com finalistas antecipados?
AP - Benfica e Porto partem naturalmente em vantagem pela qualidade dos plantéis que apresentam. Ainda assim penso que poderemos assistir a uma prova bastante equilibrada.
SC - Salta à vista neste plantel a falta de jogadores formados no clube, isso deve-se a quê?
AP - Essa pergunta deve ser colocada a quem nos últimos quinze anos dirigiu o clube, mas responsabilidades têm de ser distribuídas por todos, dirigentes, treinadores, atletas e pais.
SC - Este ano as suas responsabilidades extravasam a equipa sénior e sendo certo que em formação nada se muda em um ano, primeiro pergunto como encontrou a formação do clube? Depois qual o projecto que tem em mente?
AP – Sinceramente esse é um assunto sobre o qual gostaria de manter para já algum recato. No tempo certo e no lugar devido direi o que penso. Sobre o projecto, os dirigentes do clube conhecem-no, agora só falta saber se perceberam que não serei eu sozinho a pô-lo em prática. |