A antiga direcção do Beira-Mar liderada por Artur Filipe e José
Cachide penhorou as receitas de bilheteiras dos jogos do Beira-Mar
em Aveiro, até ao encontro com o Benfica.
Em entrevista á Terra Nova, o ex-presidente confessou que retirou a penhora sob o passe de Kanu, mas, em compensação, os actuais dirigentes do clube enfrentam a penhora sobre as receitas de bilheteira.
Este cenário agrava a capacidade de gestão dos actuais dirigentes que
tem manifestado incapacidade para lidar com novas penhoras o que pode
provocar um cenário de demissões.
Artur Filipe garantiu em entrevista que tem tido dificuldade em recuperar verbas injectadas no Beira-Mar e diz que a
actual direcção não tem facilitado a recuperação do dinheiro emprestado ao Beira Mar e isso para Artur Filipe é uma questão
de honra. Diz que a actual direcção não quis assumir a reforma de uma letra: "Nós reformamos a letra no banco e a direcção também abalizaria. Isso seria o justo. Aceitámos pagamento sem saber, sim senhor, mas nós vamos renegociar com o banco estes 300 mil euros, vamos abalizar uma nova letra, e eles viriam connosco. Mas não aceitaram as condições. Quem não pode andar de avião, anda de bicicleta. Mantenho uma forte amizade com José Cachide e costumo estar muitas vezes com ele porque o considero um amigo e amigo do Beira-Mar, mas não sei se ele agora nesta altura avançará".
Artur Filipe lamentou o alheamento da Câmara Municipal de Aveiro para com o clube mais representativo da cidade. O antigo dirigente diz não compreender este clima de animosidade: "Nós fomos campeões, praticamente só com uma derrota. A Câmara da Mealhada foi aquela que nos recebeu e fomos para lá fazer o estágio. Recebemos os maiores elogios do Presidente da Câmara felicitou-nos por termos sido campeões. É com muita mágoa que digo isto, com muita tristeza".
Para Artur Filipe, a Câmara de Aveiro potenciou em diferentes
situações um clima de suspeição e recorda o processo de venda dos
terrenos das piscinas do Clube. Vai mais longe e diz que o segredo na
venda serviu para evitar o conhecimento por parte de antigos dirigentes e à época vereadores da câmara: "A Câmara Municipal de Aveiro tem, naturalmente, um departamento onde se fazem a escritura. Eu próprio fiz lá a minha, não foi preciso ir a nenhum notário. Como é que a assinatura daquele terreno das piscinas é feito no notário, fora da Câmara, à 1 hora da manhã de sexta-feira para sábado. Foi às escondidas para que nós não soubéssemos, nem tão pouco os
vereadores que lá estavam dentro soubessem".
Artur Filipe em entrevista ao programa Conversas, para ouvir hoje, às 19 horas. |