Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo reagem às declarações de Ribau Esteves em relação ao aumento salarial dos funcionários da Câmara Municipal. Paulo Costa garante que o aumento é possível e que esta é uma forma de compensar o trabalho desenvolvido pelos funcionários camarários. O vereador revela ainda que o aumento irá significar um investimento anual de 150 mil euros: “Achamos que faz sentido. Temos um leque de funcionários extraordinário que tem trabalhado muito e esta é uma forma de os compensar. É algo que está consignado na lei e todas as Câmaras do país o podem fazer. Financeiramente também é possível. No final do ano representa mais 150 mil euros. Não é muito dinheiro, mas para os funcionários é significativo. Não põe em causa a capacidade de investimento da Câmara, nem o Orçamento”.
José Alberto Loureiro concorda com o aumento de salários, mas acredita que a actual situação da Câmara Municipal faz com que esta não seja a melhor altura para o fazer. O deputado do PCP lamenta, ainda, o tempo que a autarquia demora a pagar aos fornecedores situando-se entre as 20 piores Câmaras pagadoras do país: “Estou perfeitamente de acordo que se aumentem os ordenados, mas não posso esquecer a situação em que este país se encontra. Também não posso esquecer que a Câmara tem problemas económicos há muito tempo e que a dívida tem aumentado. Há, ainda, um rácio que me deixa perplexo. A Câmara é a 19ª do país em prazo de pagamento a fornecedores. Não me parece que a situação económica da Câmara seja assim tão boa”.
Do lado do PS, José Vaz diz que a Câmara Municipal está a ser irresponsável ao aumentar os ordenados dos funcionários numa altura em que todo o país atravessa uma crise económico-financeira. Diz que concorda com o aumento salarial, mas de forma responsável e na altura certa: “O que me parece extraordinário é a irresponsabilidade de alguém que lidera um município, atendendo à conjuntura em que o país se encontra, e que dá a sensação de que a Câmara está à margem de tudo o que se passa no país. O presidente Ribau Esteves não está a gerir dinheiro dele, nem da Gafanha da Encarnação, nem sequer do município que lidera. Está a gerir dinheiro do Estado, dinheiro de todos nós. Não podemos entender que a Câmara é uma coisa à parte do Estado. Acho que esta decisão é de uma irresponsabilidade sem limites. Com certeza que sou a favor dos aumentos salariais, mas de uma forma responsável”.
O debate na última edição do programa “Discurso Directo”. |