PCP e Bloco de Esquerda mostram-se preocupados com a actual situação e conjuntura económica do país. Nelson Peralta revela indignação pelo elevado número de pobres e desempregados em Portugal em contraste com os lucros milionários que os bancos têm por dia. O bloquista acredita que os mecanismos favorecem os bancos e, por isso, é que existe pobreza em Portugal: “Em Portugal existem dois milhões de pobres e, destes dois milhões, 76% trabalham ou são reformados e, por isso, trabalharam toda uma vida. Pessoas que trabalham ou que trabalharam durante toda uma vida, hoje são pobres. Para além dos dois milhões de pobres, 10,6% da população activa está privada do direito ao emprego e não têm qualquer fonte de rendimento. Isto contrasta com os lucros dos maiores bancos. Os quatro maiores bancos em Portugal, no primeiro trimestre de 2010, ganharam 17,4 milhões de euros por dia. Este dinheiro não chove. Se há pessoas que são pobres e que estão desempregadas é porque esse dinheiro e os mecanismos que foram gerados foram todos para favorecer os grandes grupos económicos”.
Já o PCP, pela voz de António Salavessa, afirma que as medidas de austeridade anunciadas pelos sucessivos governos apenas resultam em dificuldades acrescidas para os trabalhadores: “Todos os governos têm anunciado e tomado medidas de austeridade que têm conduzido a uma situação em que as dificuldades são, mais uma vez, transferidas para os trabalhadores e o grande capital financeiro continua a gozar o panorama e a acumular lucros. Hoje a parte do trabalho recebe menos que a parte do capital no dinheiro que é distribuído. O que se propõe é sempre o mesmo, os prejudicados também são sempre os mesmos e os resultados estão à vista. Já vamos no PEC III, a Grécia já vai no PEC V e não sabemos como isto vai terminar”.
O debate na última edição do programa “Canal Central”. |