Ainda não completou três anos de existência e já está com lotação esgotada na valência de Centro de Dia. Desde que surgiu, em 2010, o Centro Social de Tamengos é já uma referência no apoio à terceira idade. Embora o acordo com a Segurança Social tenha sido inicialmente estabelecido para 15 idosos, a verdade é que até à data a instituição não conseguiu a sua revisão e consequente alargamento do acordo para 30 utentes.
Hoje, instituição apoia 31 idosos em Centro de Dia, todavia, já presta Apoio Domiciliário a alguns dos seus utentes de Centro de Dia mais necessitados de um apoio de retaguarda: “foi sempre filosofia desta casa nunca deixar um utente nosso desamparado, sem resposta”, diz Patrícia Carrilho, diretora técnica do Centro Social.
E se a instituição conseguiu aumentar o número de idosos, sem aumentar o quadro de pessoal, esta situação só foi possível, revela, graças a uma dinâmica única: “tudo isto se deve à equipa de colaboradoras (5), sempre muito unida. Têm um grande espírito de sacrifício e, como são pessoas da terra, conhecem muito bem todas as realidades e não se importam de dar várias horas de trabalho voluntário à instituição, sempre a pensarem no bem-estar dos mais idosos”, diz, orgulhosa.
Por isso, faz um balanço muito positivo da vida desta ainda jovem instituição que, apesar da conjuntura atual e das enormes dificuldades, consegue dar resposta a uma população envelhecida e carenciada.
A fazer-se, essa correção (acordo com a Segurança Social) seria um “desafogo financeiro” para a instituição, que precisa, com urgência, de adquirir uma viatura de dois lugares, sobretudo para as entregas de refeições no domiciliário. “Só temos uma carrinha de nove lugares e é muito complicado coordenar idas ao médico, entrega de refeições e outras atividades com apenas um veículo”, diz.
Por outro lado, Patrícia Carrilho dá conta de que os utentes pagam o que podem com base nas sua pensões que são muito baixas, sem sobrecarregar a família, usufruindo de um leque de serviços: alimentação (pequeno- almoço, almoço, lanche, jantar, acompanhamento a consultas, dispondo a instituição, às quintas-feiras, dos serviços de um enfermeiro, da Universidade Sénior da Curia, que faz medição de tensão arterial, verificação dos níveis de colesterol e glicémia, e curativos.
Evento diferente em julho. Para o dia 21 de julho está em preparação um evento diferente, que poderá ser um lanche ou jantar. A ideia, desta vez, é envolver os comerciantes (lojas, restaurantes, cafés, bazares, farmácia, associações), trazendo-os à instituição para darem a conhecer e promover os seus produtos. “Convidamos esses comerciantes, para que ao microfone, ou através de uma tarja, ou de outra forma, possam, durante o evento, promover e fazer publicidade ao seu espaço comercial”, diz, dando conta de que, desta forma, a instituição pretende dar a conhecer aos utentes, familiares e amigos presentes todas as potencialidades e riqueza da freguesia. “Fica ao critério de cada um e da sua capacidade de ser original dar a conhecer os seus produtos durante o evento.”
“Campo de férias para os mais novos”. O Centro Social dispõe, pela primeira vez, este ano, de um plano de férias de verão para crianças, sobretudo para aquelas que já usufruem do ATL prestado pela instituição.
Durante os meses de julho e agosto, as crianças que se inscreverem vão usufruir de um conjunto de atividades lúdicas, culturais e recreativas proporcionadas pela instituição, incluindo idas à praia, ao Luso, a Cantanhede e à Mealhada.
O preço varia entre os 35 e os 70 euros, de acordo com o escalão do IRS do agregado familiar. As atividades são pagas à parte, bem como o almoço, que será apenas de 1,75 euros. O horário desta ocupação de tempos livres será ajustado mediante as necessidades dos pais.
“A Câmara cobra 2 euros pelos almoços, em períodos de interrupção letiva. Nós conseguimos fazer um preço mais baixo, assim como pelas atividades só cobramos o que elas efetivamente custam. Não levamos nem um tostão a mais”, avança.
Trabalhos com muito amor. A Animadora Social da instituição, Sónia Cruz, encontrou uma boa maneira de manter as suas idosas ativas e motivadas.
Desde a abertura da instituição, as idosas foram desafiadas a frequentar um pequeno ateliê de bordados e crochê. Destas habilidosas mãos saem originais tapetes, carpetes, molduras, estojos, terços em renda, porta-moedas, porta-canetas e carteiras feitos com o mais variado tipo de materiais: felpo, renda e tecido.
Uma forma salutar de ocupar o tempo, uma terapia bastante motivadora.
“São pequenos mimos, lembranças”, diz Patrícia Carrilho, recordando que o grupo aceita encomendas, por exemplo, para baptizados, comunhões e outros.
Os vários artigos estão à venda por preços meramente simbólicos no Centro de Dia e no ATL.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt
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