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06-06-2012

Partidos de esquerda olham com desconfiança para acordo entre autarquias e Governo.


Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo olham para o acordo entre Governo e Associação Nacional de Municípios ...

Os partidos com assento na Assembleia Municipal de Ílhavo olham para o acordo entre Governo e Associação Nacional de Municípios Portugueses com prudência. José Vaz, do PS, diz que a injeção de capital vai ter custos e obrigações pesadas. Admite mesmo que está curioso para saber se haverá aumento dos tetos máximos na fiscalidade municipal.

"Atenção que aqui não é dinheiro injetado pelo Estado nas câmaras, é dinheiro emprestado, que até refere as taxas, Spread e essas coisas todas. Ou seja, a Câmara de Ílhavo tem neste momento pouco mais de 32 milhões de dívida e não vai alterar porque vai pagar uma parte da dívida aos fornecedores, mas vai passar a ter uma dívida ao Estado desse valor. Eu, sinceramente, acho que isto não é acordo nenhum, isto não resolve nada. Relativamente à questão dos aumentos, é lógico que eu como não conheço o acordo, só tenho algum receio. Com esta intervenção do Engenheiro Ribau Esteves eu não sei se este acordo prevê o aumento dos tetos máximos. Aí é que pode ser complicado, se este acordo permitir que a câmaras possam aumentar os tetos máximos do IMI e da derrama, aí cuidado”.

Mário Júlio, do PSD, diz que boa parte dos exageros na administração pública têm sido cometidos no setor empresarial do Estado. Lamenta que as autarquias fiquem conotadas com o lado negro da gestão.

“Pelo contrário, eu preferia ouvir aqui o José Vaz a falar de absurdos e disparates, sim, que se passam nas empresas públicas e que não tem havido por parte de todos os partidos, e não só os que têm assumido funções governativas, em corrigir verdadeiros disparates e crimes contra a nação que têm sido cometidos, ao longo dos anos, por administradores de empresas públicas, pagos a peso de platina, já não é de ouro. Nenhum autarca ganha nos 12 anos que passe por uma Câmara, o que eles ganham muitas vezes por ano. E isso é que eu gostava de ver um autarca a combater”.

José Alberto Loureiro, do PCP, diz que no final as contas serão pagas pelo munícipe. Cita a opinião de um comentador especialista em questões de economia.

“Eu tenho aqui escrita a opinião de um conceituado economista que costuma ir à televisão e que diz assim: (E o idiota é? Acertou. O munícipe. Porquê? Porque nem todos os municípios têm acesso a essa linha de crédito. 70 Municípios passam a ter acesso a linhas de crédito de mil milhões de euros, com spread de 0,25. Mas esses municípios são obrigados a aumentar o saneamento, a água, a luz).No fundo, são sempre os mesmos a pagar as situações, que foram criadas e que agora alguém tem que pagar. E quem é esse alguém que tem que pagar? É um pobre que já não consegue de forma nenhuma, porque está a entregar as suas casas aos bancos e agora ainda vêm com mais uma. Emprestam o dinheiro mas vocês aumentam a esses caramelos os impostos todos e eles vão continuar a pagar, porque é assim que fazem”.


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