O presidente do Beira-Mar confirma desagrado em relação ao ritmo de liquidação das dívidas e admite que já trabalha na criação de alternativas a Majid Pishyar. António Regala assumiu, esta noite, perante os sócios que deveria haver maior celeridade na liquidação do passivo na casa dos 2,8 milhões de euros.
“Não estamos satisfeitos, obviamente, devia haver maior celeridade na liquidação do passivo", assumiu o presidente. O incumprimento não é formal uma vez que não foram estabelecidos prazos no acordo com Majid Pishyar que viria a tornar-se acionista maioritário com 85% do capital da SAD criada em 2011.
O Clube de Aveiro já trabalha na procura de novas soluções para o futuro da SAD e admite que as condições estão definidas. “Se chegarmos ao ponto de negociar nova SAD, quem faz as coisas e não vai aprendendo ou é burro ou não tem arte. Também já aprendemos. Não iríamos negociar exatamente da mesma forma", garantiu António Regala.
O iraniano não assumiu diretamente a liquidação de passivo de 3,4 milhões de euros mas transferiu a responsabilidade para a SAD. Do lado das receitas, 90% dos direitos económicos ficaram consignados à 32 Group.
O sócio Nuno Quintaneiro, que fez um resumo dos documentos, insurgiu-se com o que chamou de "posição privilegiadíssima" do investidor e não escondeu desagrado: "Sinto-me enganado".
Foi nesta altura e perante alguns comentários de sócios que António Regala desafiou os associados a apresentarem uma moção de censura.
“Ouvi coisas que puseram em causa o tipo de gestão em vários aspetos, quase de desleixo na negociação. É colocar em causa o trabalho de defesa em Beira-Mar, é porque não estamos a cumprir. Uma moção é opção democrática e leal. E referenda se a direção tem o aval dos sócios".
Pishyar injetou na SAD cerca de 480 mil euros (50% do capital social total ainda por realizar) e antes auxiliou o Beira-Mar com mais meio milhão de euros. |