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12-12-2011

Empresa nascida na Universidade de Aveiro desenvolve diagnóstico de precisão da doença de Alzheimer



Uma empresa nascida na Universidade de Aveiro desenvolveu um método de precisão para diagnosticar a doença de Alzheimer e avaliar a propensão genética de qualquer pessoa para desenvolver a patologia.

O método de precisão, único em Portugal, está a ser aplicado pela a 2CTech, através de testes neuroquímicos, que avaliam três biomarcadores neurológicos, identificando pacientes com aquela doença neurodegenerativa, diagnosticando-a e distinguindo-a de outros tipos de demência.

A 2CTech, fundada no início deste ano, é uma spin-off do Centro de Biologia Celular (CBC) daquela universidade, cujos serviços identificam que pacientes com deficiência cognitiva leve desenvolverão a doença e avaliam a predisposição genética de qualquer pessoa para desenvolver essa patologia.

De acordo com a explicação das investigadoras Odete Cruz e Silva, coordenadora do CBC, e Margarida Fardilha -coordenadora do Laboratório de Transdução de Sinais do CBC-, através da avaliação neuroquímica de amostras de líquido cefalorraquidiano, recolhidas por punção lombar, monitorizam alterações moleculares e bioquímicas que ocorrem a nível cerebral, nomeadamente pelo estudo dos biomarcadores beta amilóide (A?), proteína tau e proteína tau fosforilada.

A precisão do diagnóstico, através da análise dessas alterações, depende da fase da doença.

Se estiver num período muito precoce, em que os pacientes apresentam as primeiras falhas de memória, pode haver um pouco mais de dúvida. As incertezas desaparecem com a repetição do teste seis meses ou um ano depois de efectuado o primeiro exame para confirmar se é Doença de Alzheimer ou não”, descreve Odete Cruz e Silva.

Aquela investigadora sustenta que o diagnóstico precoce apresenta várias vantagens, já que, sabendo-se que o paciente tem essa patologia pode ser devidamente medicado e a terapia, a partir de um exame positivo, pode ser direccionada especificamente para a Doença de Alzheimer.

Odete Cruz e Silva, que com Margarida Fradilha fundou a 2CTech esclarece que “todos os pedidos de exames que chegam à empresa têm de ser exclusivamente requisitados por médicos especialistas, normalmente neurologistas”.

“São estes que enviam as amostras, quer de líquido cefalorraquidiano, quer de sangue dos doentes pelo qual, através de um processo denominado genotipagem, é também possível à 2CTech avaliar as mutações genéticas e a predisposição individual para aquela doença”, explica.

A empresa prepara-se também para desenvolver as suas actividades noutras doenças neurodegenerativas, como a distonia e a Doença de Parkinson.


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