A crise, que afecta tudo e todos, está a ter "influência negativa" sobre os mais jovens, pondo em causa a sua
fragilidade. O alerta foi deixado por Paulo Pimentel, presidente da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Vagos, no decorrer da cerimónia do 20.º aniversário da Convenção dos Direitos da Criança.
Segundo o presidente da instituição vaguense, que chegou a pedir "mais meios" aos agentes sociais e políticos, para reforçar a intervenção junto das famílias mais desfavorecidas, a situação mundial trouxe maior responsabilidade aos dirigentes.
"Torna-se hoje mais complexo contribuir para a construção do mundo, em que o direito de ser criança e jovem assume papel primordial na educação de uma sociedade global e globalizante", referiu, a propósito.
Presente na abertura dos trabalhos, a vice-presidente da Câmara de Vagos, Albina Rocha, considerou que o papel do município neste processo não pode ser hegemónico. "Deve ser entendido como potencial capaz de promover a articulação com outras instituições", frisou a autarca, que exortou ao diálogo com entidades de "primeira linha" da rede social, com competências em matéria de infância e juventude.
Denominada "Viagem pela Terra dos Direitos", a acção contou com a presença de crianças das escolas e responsáveis da totalidade das IPSS do concelho de Vagos. Técnicos forenses e elementos da equipa técnica de apoio à Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, participaram nos painéis.
Destaque ainda para a intervenção do responsável dos serviços locais da Segurança Social, que abordou, entre outros temas, a problemática da negligência e abandono escolar, que considerou estarem directamente relacionadas com maus-tratos.
De acordo com Joaquim Saraiva, também aqui os prestadores de cuidados se mostram "continuamente incapazes" de dar atenção e protecção ao normal desenvolvimento da criança, incluindo afecto e vigilância educativa.Eduardo Jaques/
Colaborador