EXISTE PROJECTO PARA RECUPERAR AQUELE ESPAÇO

Tricas políticas antigas, entre facções dos dois maiores partidos, têm impedido o restauro completo dos moinhos de vento de S. Romão, na freguesia de Santo André. Mas o resultado das últimas eleições, favorável ao PSD, parece ter "comprometido", para já, o novo executivo de Rui Cruz.

Em causa está um projecto para recuperar aquele espaço, que o PDM de Vagos, revisto em Abril deste ano, considera talhado a zona de lazer para acolher actividades de caravanismo e pista de todo-o-terreno.

Tanto quanto apurou o JB, o referido projecto, da autoria da Divisão de Planeamento e Urbanismo, encontra-se em fase de conclusão. Segundo o presidente da Câmara, está prevista a recuperação integral de apenas um moinho, para fins turísticos. Dos dois restantes, um será destinado a posto de venda de artesanato, conforme desejo expresso da Comissão de Melhoramentos criada para o efeito, enquanto o terceiro irá ficar em ruína "controlada".

Ainda segundo Rui Cruz, a viabilização do projecto está dependente de uma parceria público-privada, que envolve a Câmara, a Junta de Freguesia de Santo André e uma entidade privada. "Se o promotor mantiver o interesse e avançar, então dentro de dois anos os moinhos estarão recuperados", adiantou o autarca vaguense, que quer fazer do local uma "referência museológica com vida".

Em "banho-maria" vai ficar, por enquanto, o processo de prestação de contas pela Comissão de Melhoramentos. O tema tinha sido introduzido na campanha eleitoral, com a presidente da Junta de Santo André, Dulcínea Sereno, quando "exigiu" que as mesmas fossem do conhecimento público. A questão seria desvalorizada por Rui Cruz, que disse ser essa uma questão "meramente acessória".

Refira-se que a Comissão de Melhoramentos dos Moinhos de Vento, a que preside António Gonçalves, foi constituída "intermediária" no processo em 1990, uma vez que a Câmara é a legítima proprietária dos moinhos.

Aquela comissão recebeu na altura cerca de cinco mil euros, para proceder ao pagamento, mediante factura, dos trabalhos de restauro. Na actualidade, apesar de não estar "oficialmente" extinta, é como se estivesse porquanto não tem quaisquer fundos para gerir.

Eduardo Jaques/Colaborador
Diário de Aveiro



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