ESTUDO FOI SOLICITADO PELA CÂMARA DA MEALHADA

O mais recente relatório técnico sobre o pavimento da pista pedonal/ciclovia incluída na obra de reconversão dos Viveiros Florestais da Mealhada/Parque Urbano conclui que "a solução implementada, em termos de desempenho, adequa-se aos objectivos do projecto".

O relatório, do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro, foi conhecido na última reunião de câmara, realizada no dia 3, e indica também que, "em termos médios, as espessuras das camadas de pavimentos encontradas condizem com a proposta alternativa apresentada pela entidade executante".

O estudo (que se segue a um outro realizado pelo ITecons) foi solicitado pela Câmara Municipal da Mealhada, pelo que o tema da ciclovia voltou a dominar a reunião de câmara, inflamando o diálogo entre o vereador do PSD, Carlos Marques, e o autarca Carlos Cabral.

Um parecer que não satisfez o vereador Carlos Marques, até porque este não esteve presente aquando da realização do caroteamento, reiterando, na reunião, ter solicitado a Carlos Cabral, por diversas vezes, que queria presenciar a realização dos carotes (análise à espessura das camadas do pavimento).

Os ânimos exaltaram-se quando Carlos Marques desafiou os seus pares a confirmar que Cabral teria acedido em lhe dar conhecimento da data do caroteamento.

Seria Gonçalo Breda, também do PSD, a dizer não se recordar que, em qualquer reunião de Câmara, o autarca Carlos Cabral tivesse assumido esse compromisso: "o presidente foi peremptório durante a reunião ao dizer não concordar, já que era seu entendimento que nenhum político deveria acompanhar os técnicos", recordou aos presentes.

Explicações que não convenceram Carlos Marques, que aproveitou para apresentar, a pedido de César Carvalheira, presidente da Concelhia do PSD da Mealhada, um estudo sobre o piso da ciclovia que aquele partido solicitou a uma empresa espanhola.

Para a vereadora Filomena Pinheiro trata-se de "um estudo baseado num acto de vandalismo puro" e que mais não é do que "uma autêntica palhaçada".

Carlos Cabral sublinharia que, face ao relatório apresentado pela Comissão Política do PSD, "não lhe reconheço qualquer legitimidade".

Também Gonçalo Breda teceu algumas críticas ao estudo mandado realizar pelo PSD: "não reconheço este estudo. É feito com base numa amostra tirada ilegalmente e que causou danos na pista" e, que, por isso, "pode ser considerado um crime".

"Se havia vontade de fazer um estudo e relatório, deveria ter sido feito segundo os preceitos legais e éticos", acrescentou.

Certo é que, face à situação, Carlos Marques diz que irá até às últimas consequências, pelo que vai participar ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Aveiro e à Inspecção-Geral da Administração Local.

O estudo refere também que, "quanto à substituição do betão betuminoso pigmentado (conforme proposta no projecto inicial) pelo betão betuminoso revestido por camada de selagem colorida, pode dizer-se que dela não se prevê resultar significativa diferença no desempenho do pavimento".

O executivo aprovaria com cinco votos a favor e um contra (Carlos Marques) a aceitação da alteração ao piso da ciclovia, aplicado pelo empreiteiro em substituição daquele que constava do caderno de encargos.

A data da inauguração do Parque Urbano será anunciada em tempo oportuno.

Catarina Cerca
Diário de Aveiro



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