NUNCA FIZ SERVILISMO

O futebol entrou de férias. Na hora de fazer o balanço da época houve coisas que não correram de feição, como a falta de correspondentes em algumas localidades, a falta de informação mais detalhada de algumas modalidades. Não podemos estar em todas! Também não inventamos, como os outros...

O futebol, quer queiram quer não, é um produto que vende e, semanalmente, o desporto-rei ocupou a maior parte das páginas do caderno desportivo do JB.

Orgulho-me, tal como o Jornal da Bairrada, de ter acompanhado, ao vivo e a cores, os 30 jogos do Oliveira do Bairro, fora e casa, com quatro idas às Ilhas (uma à Madeira e três aos Açores), e de não termos perdido os 37 jogos do Anadia. Em suma, JB não falhou um. Nesta casa temos pautado por um jornalismo honesto e rigoroso, com princípios éticos e deontológicos, sem falsas promessas, sem plágio, nomes falsos, crónicas nada condizentes com a realidade dos factos, porque alguma da comunicação social das redondezas, raramente, esteve no local do espectáculo. Omitiu, algumas vezes inventou e, nessa sua maneira de estar no jornalismo, ganhou pontos, foi vangloriado por alguns agentes desportivos, porque quem esteve sempre no terreno, por esta ou aquela razão, não prestou um bom serviço a este ou àquele clube. Ai se alguns jornais nacionais não trouxessem um "cheirinho" dos jogos! Como seria?

Envaideço-me dos meus princípios e em momento algum os quebrei ou esqueci. Não fiz, não faço, nem farei da minha profissão, nem das páginas deste jornal, no qual, orgulhosamente, trabalho, um veículo para a difusão da mentira, num rigoroso cumprimento da ética e deontologia do jornalismo.

Nunca fiz servilismo. No mundo do desporto ainda há pessoas que se servem de um protagonismo exacerbado para atingir os seus objectivos, entenda-se as notícias. Por vezes, para o conseguirem, pensam que são donos deste e doutro mundo, onde a razão, perdão, a falta da verdade, se sobrepõe à sua própria impotência. Assim é fácil fazer jornalismo, mais parecendo vendedores de ilusões, que vendem produtos inflamados e cheios de corrosão na sua essência.

Manuel Zappa
zappa@jb.pt
Diário de Aveiro



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