PATRIARCA TENTOU MATAR COMPADRE

O patriarca do acampamento da Bunheira, em Oliveira do Bairro, foi condenado, na sexta-feira, a três anos e seis meses de prisão efectiva, em cúmulo jurídico, por ofensas à integridade física grave e posse de arma proibida.

De acordo com o Ministério Público, Henrique Monteiro, de 41 anos, no dia 25 de Março do ano passado, envolveu-se, no seu acampamento, numa discussão de natureza familiar, com Luís Monteiro, devido ao relacionamento dos filhos, menores, de ambos. A meio da discussão, segundo confessou o Patriarca, este disparou dois tiros nas pernas do seu compadre.

O presidente do colectivo, durante a leitura do acórdão, referiu a perigosidade de andar aos tiros, uma vez que podia ter atingido órgãos vitais e provocado ferimentos muito graves. "Tem que ser punido", afirmou o magistrado.

O tribunal acabaria por absolver o réu da prática dos crimes de falsificação de documentos e de falsidade de declarações de que vinha acusado. Contudo, o facto do arguido ter antecedentes criminais, levou o colectivo a decretar uma pena de prisão efectiva que será descontado o tempo em que este permanece, desde 28 de Março, em prisão preventiva.

Motivação. Durante o julgamento, Luís Monteiro, mostrou-se convencido de que o seu compadre não atirou a matar, mas sim para o assustar.

Ao contrário da acusação, Luís Monteiro afirmou que esteve sempre consciente.

Disse já estar recuperado das lesões que sofreu e que "nada pretende do arguido", até porque "nós éramos muito amigos. Trabalhávamos os dois na sucata. Naquele dia, de manhã, até estivemos juntos a beber".

Tanto o presidente do colectivo de juízes como o procurador do Ministério Público tentaram conhecer os motivos da agressão violenta que deixou Luís Monteiro às portas da morte.
Diário de Aveiro



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