residentes na zona de Lisboa e Vale do Tejo encontravam-se, no sábado, a trabalhar numa casa de alterne na Curia. Quatro foram colocadas por uma Agência que opera a partir de Lisboa a troco de 600 euros. O número de mulheres legais que se deslocam de Lisboa para a Bairrada está a aumentar. A conclusão é do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que, no sábado de madrugada, fiscalizou 15 estabelecimentos de diversão nocturna em Aveiro, Águeda, Gafanha e Anadia, detectando um grande número de mulheres provenientes da zona da grande Lisboa a trabalharem de forma legal no alterne.
Segundo o inspector do SEF, Luís Leão, "as mulheres usam a situação de permanência regular para se movimentarem ao longo do país e, portanto, vão exercendo de Norte a Sul a actividade, uma vez que têm essa autorização". "É um movimento curioso de deslocação do Sul para o Norte de mulheres ligadas a estabelecimentos de diversão nocturna", reforçou o inspector.
Dos 15 estabelecimentos visitados durante a noite, apenas seis cidadãs brasileiras foram notificadas para abandonar o país e uma para se dirigir ao SEF.
Só no estabelecimento Ritmo e Dialectus, na Curia, um dos fiscalizados, encontravam-se cerca de 20 mulheres, todas legais, excepto uma que tinha um visto de turista.
Rui Pedro Lopes, proprietário do bar de alterne, justificou que abriu a casa no início de Outubro e que teve sempre a preocupação de trabalhar de uma forma legal.
"Tal como as autoridades comprovaram, temos tudo legal", afirmou o proprietário, sublinhando que possui licença para fazer espectáculos e que paga as respectivas taxas. "Esta noite paguei a uma Agência de Lisboa cerca de 600 euros para contratar quatro mulheres", acrescentou.
Uma das mulheres fiscalizadas, que se apresentava disfarçada de polícia, proveniente de Almada, referiu que "é contratada para fazer espectáculos", negando ser prostituta ou alternadeira. "Sou artista e faço espectáculos, só isso."