LITÉRIO NÃO QUER ELEIÇÕES ATÉ QUE A ADMISSÃO DE NOVOS MILITANTES ESTEJA ESCLARECIDA

É incontornável que Litério Marques, presidente da Concelhia do PSD e José Manuel Ribeiro, presidente da Mesa da Assembleia de Secção entraram definitivamente em rota de colisão.

Depois de José Ribeiro ter anunciado, em comunicado de imprensa, a remarcação de eleições para a Concelhia (de 1 para 8 de Dezembro), agora foi a vez de Litério Marques contra-atacar.

Recorde-se que, durante a última semana, José Ribeiro esclareceu a razão da alteração daquela data, como consequência das declarações proferidas por Litério Marques, que criticou o facto dele, José Ribeiro, ter "antecipado as eleições na Concelhia (1 de Dezembro), impossibilitando os 186 militantes de poderem votar, por apenas dois ou três dias". José Ribeiro acabaria por reagir a estas e outras afirmações, esclarecendo, em comunicado, que as afirmações de Litério Marques eram "inusitadas e desprovidas de sentido", deliberando a Mesa, "para que não se verifiquem leituras menos lícitas ou inadequadas", proceder à remarcação das eleições para o dia 8.

Litério reage. Agora, o presidente da Concelhia do PSD contestou a data das eleições (equacionando mesmo pedir novamente a sua impugnação), negando ainda ter falsificado qualquer acta partidária. Por outro lado, garantiu não ter aliciado nenhum funcionário da autarquia para militante. Apenas confirmou ter convidado alguns presidentes de Junta, que ainda não eram filiados, mas que já tinham concorrido em listas do PSD. "O que fiz não enferma de qualquer ilegalidade", disse em conferência de imprensa, realizada esta segunda-feira. Criticou também Pedro Esteves, líder da JSD local, por ter participado disciplinarmente contra si, e considerou que o despacho do secretário-geral do Partido (que recusou a admissão dessa listagem de militantes) não confirma que tenha havido qualquer acta falsa, e que os militantes só não foram aceites porque "se entendeu que não estava cumprido o requisito de admissão" e que seria o de votar individualmente cada nome da lista.

"As fichas estiveram aqui em cima desta mesa. É procedimento habitual e nunca ninguém levantou problemas", admitindo que o procedimento foi igual ao da lista proposta pela JSD e aprovada por unanimidade. Uma listagem de 15 novos militantes, emitida a partir de Lisboa.

Quanto à marcação de eleições, revelou ter impugnado, no passado dia 20, a marcação das mesmas (previstas para o dia 1) por nessa data a Comissão Política a que preside estar ainda em funções. "O presidente da Mesa está a substituir-se de forma clara aos direitos e competências da Comissão Política e do seu presidente", acusa, estranhando também a "pressa" com que foram remarcadas para o dia seguinte ao término do seu mandato.

"Elas só podem ser marcadas antes do mandato terminar se eu concordar, se eu me demitir ou se ele me demitir. E ele não teve coragem de me demitir ou pedir a minha demissão", disse, acrescentando ainda que "há jogos sujos" e "houve sempre muitos lobos vestidos com pele de cordeiro".

Por outro lado, avançaria não perceber "tanta dificuldade em marcar as eleições quando os estatutos possibilitam que sejam feitas até Março", defendendo a suspensão das eleições porque "não se devem realizar antes da questão dos militantes estar esclarecida".

Contudo, JB apurou junto de um militante local que, segundo os "Princípios Orientadores", aprovados no Conselho Nacional do PSD, quem acabar o mandato no 1.º trimestre de 2009 deve efectuar eleições até Dezembro/2008. "Como parece evidente, quem termina mandato em Dezembro/2008 (que é o caso de Anadia - termina a 7) deve efectuar eleições em Dezembro/2008", disse-nos o mesmo militante.

Resposta em forma de comunicado. José M. Ribeiro, avançou, em comunicado, que lançou "um apelo que não foi estranhamente acolhido" e que "parece que há alguém empenhado em fazer desta questão um circo". Considera "triste toda a incontinência verbal" a que tem assistido e que "só prejudica o PSD". "Acho lamentável tal situação. Recuso-me a alimentar a discussão deste assunto na praça pública. Acredito que nos lugares próprios e de forma tempestiva tudo será cabalmente esclarecido", disse ainda.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt
Diário de Aveiro



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