O Oliveira do Bairro já passsou por algumas dificuldades ao longo da sua história, mas a Assembleia-Geral da passada sexta-feira, pelo melindre da crise financeira que o clube atravesssa, e pela forma como a CA convocou os sócios (tendo distribuído uma carta aberta a 354 associados, cujo ponto principal era a continuidade da equipa sénior), muito por força da falta de um patrocinador, depois da recusa da Labicer em continuar a dar o seu apoio, levou os dirigentes a tomar uma posição. Naquela que foi a assembleia mais concorrida dos últimos anos (51 sócios presentes), os elementos da Comissão Administrativa deram a conhecer as diligências efectuadas junto da Câmara Municipal. Muito do futuro passa pelo reforço financeiro que a autarquia dá ao clube (neste momento é de 40 mil euros), e também do apoio dos sócios, empresas, particulares e, porque não dizê-lo, da resposta dos jogadores na redução do subsídio, porque a CA precisa de cerca de 50 a 60 mil euros para que o clube tenha alguma estabilidade financeira.
Se no relatório e contas de 2007/08 houve um saldo negativo de 10 mil euros, suportado por três dirigentes, na presente época, 23 mil euros já foram suportados pela CA.
E não passa pela cabeça de ninguém que o Oliveira do Bairro acabe com a equipa sénior, recorrendo aos juniores, porque o objectivo é manter o clube na 2ª Divisão.
Carlos Ferreira, um dos elementos da CA, referiu que "os sócios não podem colocar nas mãos de cinco ou seis pessoas resolver o futuro do clube. O seu apoio e participação é fundamental. Temos que arranjar soluções e os sócios não se podem limitar apenas a pagar as quotas".
Aquele dirigente aflorou ainda que, dos 51 sócios presentes, se cada um contribuísse com mil euros, o clube conseguiria uma verba de 51 mil euros.
Dos 51 associados presentes, excepção a Vítor Sampaio, José Carlos Soares e Vítor Rosa, ninguém deu grandes sugestões.
O sócio Tiago Louro diria que é necessário repensar a situação do clube: "Mais vale ser pequeno e honrado do que acabar. A Câmara Municipal tem voz importante, porque o clube leva o nome da cidade e do concelho a todo o país".
António Moreira, o principal rosto da CA, mostrou-se bastante apreensivo: "O que se passou até agora não nos permite assegurar a continuidade da CA", questionando de seguida,:"onde está a ganratia de que é possível arranjar 50 mil euros?".
Carlos Ferreira deixou o aviso de que a CA só iria exercer funções até final de Dezembro, numa fase da assembleia em que o coração falava mais alto do que a própria razão, mas Óscar Santos, presidente da mesa da Assembleia-Geral deixou a garantia que o clube teria brevemente uma direcção.
Neste momento, mais importante do que uma direcção é arranjar apoios para a subsistência de um clube com 86 anos de história.