O Beira-Mar venceu a terceira edição do Torneio da Bairrada, organizado pelo Oliveira do Bairro, ao vencer (3-0), na final, o Recreio de Águeda. No jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, Oliveira do Bairro e Anadia empataram sem golos, tendo os anadienses levado a melhor, por 4-2, através dos pontapés da marca de grande penalidade. Na primeira meia final do torneio, Oliveira do Bairro e Águeda empataram a dois golos, mas os Galos do Botaréu levaram, depois, a melhor no desempate por grandes penalidades, por um expressivo 4-1. Os Falcões do Cértima mostraram-se presos de movimentos, talvez devido ao facto de terem jogado dois dias antes em São João da Madeira e o seu treinador ter aproveitado a semana para dar uma maior carga física aos seus jogadores. Isso explica em parte a paupérrima exibição perante um Águeda que esteve a vencer quase até ao fim, que mostrou melhor organização colectiva e uma equipa muito bem arrumada. Com efeito, a equipa de José Eduardo tem valores para fazer um campeonato tranquilo, e aquilo que mostrou no Torneio da Bairrada com toda a certeza deixou os seus responsáveis satisfeitos. Miguel Tomás bisou para o Oliveira do Bairro, enquanto Ribeiro e Valter marcaram para os aguedenses. No encontro entre Beira-Mar, da Liga Vitalis, e o Anadia, da 3ª Divisão, registou-se outra igualdade a dois golos. A equipa bairradina esteve em vantagem por duas vezes e por aquilo que jogou, e foi muito, não merecia o castigo de perder a final na lotaria das grandes penalidades (9-8). António Sousa, técnico do Beira-Mar, na primeira parte, utilizou uma equipa de "segunda linha", e durante a etapa inicial nunca conseguiu ser superior ao Anadia. Ao intervalo perdia por 1-0, golo de Oliveira, de penalty, e só não foi para o intervalo com uma desvantagem mais dilatada graças à excelente exibição de Bruno Sousa. E foi com um onze totalmente diferente, mais próximo daquele que deverá iniciar o campeonato, que o Beira-Mar deu um ar da sua graça. Empatou, mas o Anadia voltou a assumir o controlo do jogo e, com toda a naturalidade, Simões colocava de novo os Trevos em vantagem. Na parte final da contenda os aveirenses chegaram ao empate por Fábio Nunes, um pouco imerecidamente, acabando por ser mais felizes nas grandes penalidades. Nuno Raquete, treinador do Anadia, tem motivos para sorrir. A sua equipa apresentou grande mobilidade entre sectores, ficou a ideia que já não tem dúvidas em relação ao onze ideal, como também as muitas soluções que tem no banco para atacar o regresso à 2ª Divisão. Réplica do Águeda. No jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, o Anadia, à semelhança do que já tinha acontecido na véspera, frente ao Beira-Mar, deu excelentes indicações, ao contrário do Oliveira do Bairro, que com um onze totalmente diferente do jogo frente ao Águeda, voltou a estar um pouco aquém das suas reais capacidades. O jogo foi equilibrado, com poucas ocasiões de golo, e só podia terminar como começou, em branco. Nos penalties, o Oliveira do Bairro, a exemplo do jogo anterior, mostrou falta de treino nos remates de onze metros. O Anadia, por aquilo que fez nos dois jogos, mereceu a vitória. Merecia mais do que o terceiro lugar. Na final, António Sousa não quis correr riscos e apresentou um onze teoricamente mais forte do que o da jornada anterior. Mesmo assim, na primeira parte, o Beira-Mar sentiu algumas dificuldades para ultrapassar as duas linhas defensivas do Águeda, que se apresentou muito bem em campo. Os Galos, ao longo da primeira parte, discutiram o jogo de igual para igual, e quando de posse de bola não tiveram receio de cair em cima do adversário e jogar nas imediações da área de Palatsi. Foram, a par do Anadia, uma agradável surpresa do III Torneio da Bairrada. No início da segunda parte, o Beira-Mar entrou mais dinâmico e, aos 47 minutos, Lourenço abriu o activo. A partir do golo, os auri-negros tomaram em definitivo conta do jogo e acabaram por marcar mais dois golos, por Fary e Alexis, ex-jogador do Oliveira do Bairro. O quadrangular serviu na perfeição os interesses dos quatro clubes participantes. Houve ritmo competitivo e os quatro treinadores tiveram a oportunidade de tirar as últimas ilações da matéria-prima que têm à sua disposição, a oito dias do início dos respectivos campeonatos. Manuel Zappa zappa@jb.pt Diário de Aveiro |