Inaugurada a Biblioteca - e nos próximos dias o Cine-Teatro-, Litério Marques, presidente da Câmara de Anadia, tornou público o desejo de construir um arquivo municipal. E pediu apoio à secretária de Estado da Educação Paula Fernandes dos Santos, a quem, porém, não poupou algumas críticas.

Mais de 20 anos depois do início do Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas (PRNBP), Anadia conseguiu, finalmente, inaugurar o equipamento, deixando para trás os tempos da velha Casa de Livros da Fundação Calouste Gulbenkian, instalada, desde 1967, no edifício dos Serviços Municipalizados de Anadia.

Espaços amplos, mobiliário moderno, recantos mais aconchegados, uma vasta área dedicada à infância e juventude com as novas tecnologias de informação tornam a nova biblioteca "um belo equipamento", sublinhou a secretária de Estado da Cultura. Peca por tardia, reconheceu Litério Marques, que não se escusou a fazer algumas críticas à comparticipação estatal da obra. "A Administração Central não cumpriu cabalmente a sua parte do acordo. Nestes últimos anos, fomos confrontados com cortes no prometido financiamento e, nalguns casos, a Câmara Municipal de Anadia acabou por assumir, na totalidade, algumas despesas previstas no caderno de encargos(?)", afirmou o autarca, acusando a Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas de "alguma inflexibilidade".

Aproveitando a presença de Paula Fernandes dos Santos, o autarca pediu apoio para o arquivo. "Porque, em termos de sistemas de informação, o trabalho não está concluído, gostaríamos de dar casa própria a uma outra dimensão da memória colectiva, de carácter único e insubstituível, ou seja, construir uma arquivo municipal, se, para tal, conseguirmos obter o necessário apoio".

Ao repto como às críticas do autarca, Paula Fernandes dos Santos não deu resposta. Preferiu antes sublinhar as virtudes da parceria entre a Administração Central e o poder local num programa que permitiu a inauguração de 165 bibliotecas, num investimento de 210 milhões de euros.

Com uma área de 1830 metros quadrados, a biblioteca dispõe de duas salas de leitura, espaços de ludoteca, mediateca, uma secção de infanto-juvenil e auditório. O investimento ascende aos 2.5 milhões de euros, sendo que 1.449.000 euros foram suportados pelo Ministério da Cultura.

Tânia Moita

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Diário de Aveiro