Homem de convicções fortes, Angelino Ferreira, director de prova do 30º Grande Prémio Abimota, não tem dúvidas de que a edição deste ano, a exemplo de outros, será um grande sucesso. A segunda prova mais antiga do calendário velocipédico nacional, logo atrás da Volta a Portugal, começa esta quinta-feira, dia 5, em Anadia e termina, como sempre, em Águeda, no domingo. O pelotão conta com 13 equipas de Elite e Sub/23, cerca de 100 ciclistas, num prémio que terá quatro etapas, oito camisolas e a passagem por 25 municípios. Um deles, o da Murtosa, será uma novidade. Outra é a dinamização das chegadas com passatempos e o sorteio de uma bicicleta. O orçamento ronda os 120 mil contos. Uma das palavras chave de Angelino Ferreira é a sustentabilidade financeira do GP Abimota, como ficou expresso nesta entrevista. Está tudo pronto para o pelotão começar a rolar?Está. Apenas faltam ultimar pequenos detalhes, o que é normal numa prova desta envergadura. Mas está tudo preparado para mais um grande prémio, que será, não tenho dúvidas, um grande sucesso. A equipa LA/MSS teve o problema do eventual uso de doping. Vai participar?Segundo as indicações da UVP/FPC, a organização do Grande Prémio Abimota achou por bem contactar a LA/MSS no sentido de que esta não estivesse presente, de modo a preservar não só os corredores de algumas acções menos desportivas, mas também o próprio desporto. Acha que o percurso é competitivo?Claro que sim. A quilometragem é muito semelhante à dos anos anteriores. Tem um pouco de tudo: montanha, planície, e tem logo na primeira etapa um início exigente para os corredores, com uma contagem de primeira categoria do prémio da montanha na serra do Caramulo, num prémio confinado à região Centro. Confiamos muito na passagem pelo Luso, onde está instalada uma contagem do prémio de montanha. É uma zona bonita e esperamos grande afluência de público. Este prémio tem mais contagens de montanha, mas continua a ter uma grande lacuna, a falta de um contra-relógio.Como já disse, é muito semelhante à dos anos anteriores. Quando elaboramos o traçado, é sempre num prisma do apoio que as autarquias nos dão. Concordo que podia haver um contra-relógio, tentando num só dia fazer uma etapa mais curta ou uma chegada só localizada no mesmo local. Isso obrigaria a mais despesas e a organização tem que equilibrar as receitas e as despesas. Isso tem sido ponto de honra. Os 120 mil euros de orçamento cobre as despesas?Graças a Deus. A Abimota é uma Associação, uma empresa que não visa o lucro, visa a sustentabilidade. Garanti-la tem sido um dos objectivos do Grande Prémio. Só assim é que conseguimos chegar à 30ª edição. Voltando à parte competitiva, a exemplo das últimas edições, quem ganha a primeira etapa, acaba por ganhar o GP. Não teme que se perca a competitividade para as restantes três etapas?A organização fez algumas mudanças e foi por isso que criou as bonificações à chegada. A primeira etapa é exigente, com a passagem pela serra do Caramulo, mas depois temos etapas com outro grau de dificuldade, com passagem pela Serra da Boa Viagem e Penacova. Acredito que haja competição até à chegada a Águeda. No final da 29ª edição, a organização deixou o desafio de fazer da 30ª uma organização memorável, digna dos pergaminhos da prova e marcando uma data tão significativa. Constatamos que o GP é corrido à volta da Abimota. O que falhou?Falhou que não obtivemos os apoios que nos permitissem fazer outro trajecto. Mesmo assim, conseguimos um GP que a todos nos vai agradar, assim como aos nossos patrocinadores que, mais uma vez, nos apoiaram. Dinamizar a zona das chegadas Quais as novidades para a edição deste ano?A visita a um novo concelho, que nos recebeu de braços abertos, que é o da Murtosa, é para nós motivo de satisfação. Temos surpresas para todos aqueles que estiverem presentes nas chegadas, através de um passatempo onde será sorteada uma bicicleta. O objectivo é dinamizar a zona das chegadas, que é o culminar de cada uma das etapas e onde é feita a festa final de cada etapa. Vamos ter também uma pequena surpresa para as 200 pessoas que colaboram na organização. Temos o livro que é um marco da 30ª edição do GP Abimota, um elemento de trabalho para a organização numa data tão especial, algo que se perpetue ao longo dos anos, para todos aqueles que irão fazer parte desta edição. Quem apoia esta edição?Não posso esquecer o imprescindível apoio do BES que, pelo segundo ano consecutivo, patrocina esta organização, como também aos restantes patrocinadores das camisolas, e não só. Às Câmaras Municipais de Anadia, Montemor-o-Velho, Coimbra, Murtosa e Águeda. Sem o seu apoio, não havia GP Abimota. Manuel Zappa Zappa@jb.pt Diário de Aveiro
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