No ano de estreia na modalidade, os Atómicos coleccionaram mais uma subida de divisão - a outra tinha sido há menos de um mês com a equipa de futsal - com a equipa de basquetebol a garantir, a três jornadas do fim do campeonato, a subida ao CNB1, depois de derrotar o Beira-mar, por 89-77, após prolongamento. É mais um feito histórico na vida dos Atómicos. O esforço, empenho, dedicação e o saber acreditar no projecto do basquetebol, quiçá um compromisso de todas as pessoas nele envolvidas, desde treinadores, jogadores, seccionistas e direcção, foram dados mais do que suficientes para o êxito alcançado. Isso mesmo nos foi transmitido pelo treinador Paulo Brinca, que, alcançado o primeiro objectivo, diga-se delineado desde a primeira hora, o próximo passa pelo título de campeão, tendo como adversário o Algés ou o Quintajense, num jogo a uma só mão, no dia 15 de Junho. Compromisso. Sobre o segredo desta subida de divisão, Paulo Brinca afirmou: "Conseguimos reunir um grupo de pessoas que aceitaram este desafio, e refiro-me aos 19 atletas, à secção de basquetebol, direcção dos Atómicos e a toda a gente que fez parte do projecto", acrescentando que "temos condições e foi possível criar entre todos um compromisso e um elo de identificação muito forte com o projecto, e depois o trabalho". O técnico do sucesso referiu que "isto não se consegue num prisma de nos encontrarmos todos para jogar. Estamos em competição há 9 meses, fizemos 13 jogos-treino, 111 treinos, 29 jogos oficiais e apenas perdemos três vezes frente ao Conimbricense, Esgueira (Taça de Portugal) e Salesianos". Para Paulo Brinca, foi importante toda a gente pensar no projecto e no objectivo delineado no início da época, que passava pela subida de divisão. "Esse objectivo foi alcançado com esforço, empenho e dedicação de todos. E não foi fácil, porque o nível competitivo era muito forte". Questionado se foi chegar, ver e vencer, Paulo Brinca disse: "Não, apesar de na prática isso ter acontecido. Foi preciso muito trabalho, dedicação, serenidade, rigor e contar com um grupo muito forte. Tudo isto foi fruto de um investimento e mudança de mentalidades." E agora, qual o passo seguinte? "Temos o jogo com o Salesianos. Partimos em desvantagem, mas tudo iremos fazer para ganhar e depois discutir o título nacional. Criámos o compromisso de sermos campeões nacionais. Há ambição para isso. Os Atómicos é um clube que tem pessoas espectaculares, funciona como uma família. Fomos bem recebidos e com o nosso êxito o clube ficou mais forte". Paulo Brinca deixou alguns agradecimentos na hora do êxito. Para os 19 atletas, Pedro Portugal responsável pela secção, elemento que o convidou para este projecto, os fisioterapeutas Natércia Santiago e Nuno Rebelo pela forma como recuperaram os atletas, direcção dos Atómicos, Tozé Maia, director desportivo, que para o treinador "esteve sempre presente, sempre disponível e solidário com a equipa", adeptos, equipa de futsal e patrocinador. Outras vozes. Pedro Portugal é outro dos rostos do sucesso: "É um feito extraordinário, só possível pelo trabalho dos jogadores, equipa técnica, dirigentes e das pessoas que contribuíram para este sucesso. Não foi fácil, porque a segunda fase foi extremamente complicada." O responsável pela secção concluiu que "um dos objectivos está alcançado. Agora temos três jogos pela frente e a possibilidade de discutirmos o título de campeões nacionais". Tozé Maia, director desportivo, era um dos mais efusivos: "Acreditei na subida desde a primeira hora, porque conhecia as pessoas e este grupo de trabalho como ninguém. A nossa organização levou-nos à subida de divisão." Por último, o presidente. Miguel Roque Bouça afirmou que "tudo isto é fantástico. Esta subida é de toda a gente, é de uma equipa, e quando se trabalha como equipa é mais fácil ganhar. Esta subida traz mais visibilidade e prestígio aos Atómicos". Instado a pronunciar-se sobre se, com as subidas do futsal e do basquetebol, os Atómicos terão uma maior responsabilidade, Miguel Roque Bouça, diria que "não vamos entrar em loucuras. Vamos pedir a todos muita contenção e não pode haver deslumbramentos. Precisamos de apoios, a economia não atravessa uma boa fase e, como tal, não podemos desvirtuar o projecto dos Atómicos, respeitando sempre as nossas responsabilidades, com postura e verticalidade". Manuel Zappa zappa@jb.pt Diário de Aveiro |