FAMÍLIA E AMIGOS ACREDITAM QUE O CRIME ESTARÁ RELACIONADO COM NEGÓCIOS

Carlos Trancho, de 29 anos, natural de Bolho, concelho de Cantanhede e residente na Mealhada, morreu, vítima de um tiro num olho, ao final da tarde de da última quinta-feira, dentro do seu próprio automóvel, na Rua Principal de Alpalhão. Os negócios - da restauração e dos leitões - estarão na base do crime.

Pouco passava das 19h quando foi dado o alerta do crime que vitimou o empresário, conhecido quer pela exploração de um restaurante na Mealhada, quer pela ligação ao mundo do motocross. Segundo alguns moradores, Carlos Trancho estaria há já algum tempo ali parado em Alpalhão, dentro do Mercedes e a falar ao telemóvel. A dada altura terá ali chegado um outro automóvel e depois de uma brevíssima discussão, Carlos Trancho, ainda sentado no banco do condutor e com o vidro descido, foi atingido mortalmente com uma bala no olho, de pistola ou revólver. O segundo veículo saiu, a toda a velocidade, do local.

Entre o deve e o haver. A morte violenta do empresário, que vivia com a companheira e os dois filhos, de oito anos e 15 meses, na Mealhada, causou grande consternação em Vila Nova do Bolho, local onde vivem os pais. Já na sexta-feira - o funeral aconteceu no sábado - chegavam amigos de todo o país, quer do ramo da restauração, quer do motocross, em solidariedade e sem grandes dúvidas, tal como o pai, de que os negócios terão sido o móbil do crime. A Polícia Judiciária (PJ) de Aveiro, que não constituiu ainda qualquer arguido, investiga várias pessoas, umas que deviam dinheiro à vítima, outras que diziam ser Carlos Trancho o devedor.

A PJ já ouviu um homem, supostamente morador em Alpalhão, de quem Carlos Trancho estaria à espera para receber um dinheiro, mas há também uma linha de investigação relacionada com a aquisição, por parte da vítima, de um restaurante. Carlos Trancho quereria anular o negócio e exigiria ao outro empresário, da região de Anadia e que está desaparecido desde a noite do crime, a devolução do dinheiro avançado. Este homem terá mesmo chegado a queixar-se da "perseguição" a que estava a ser sujeito, tendo ponderado mesmo apresentar queixa, por temer pela própria vivida, contra Carlos Trancho.

Tânia Moita

tania@jb.pt
Diário de Aveiro



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