SER DIRECTOR CLÍNICO ACARRETA INCOMPATIBILIDADES COM OUTRAS

Sem director clínico desde o dia 1 deste mês, o Hospital Distrital de Águeda está "a tentar recrutar alguém para o cargo", o que segundo, Sousa Alves, presidente do Conselho de Administração do Hospital, "não se tem revelado nada fácil, dado a legislação vigente".

Ser "director clínico acarreta incompatibilidades com outras funções", por exemplo, um médico que seja director clínico não poderá fazer urgências, nem mesmo estar de prevenção. "São inibidos dessas e outras actividades, o que monetariamente acaba por ser penalizador", contou ao Jornal da Bairrada Sousa Alves.

Para o presidente do Conselho de Administração do Hospital de Águeda, "ninguém está para ter chatices e menos remuneração por isso", daí o Hospital estar a passar por esta faltade director clínico a partir do dia em que o cirurgião Pedro Carvalho, que exercia a função desde 2002, "se aposentou".

No entanto, Sousa Alves lembra que este é uma situação que se verifica em outros pequenos e médios hospitais, os mais afectados pela legislação. O cargo de director "é normalmente ocupado por médicos em fim de carreira, com horário bastante reduzido", e que já não são prejudicados monetariamente por estas contingências legais. Regra geral, "estes médicos exercem em grandes hospitais, por isso este ser um problema dos pequenos e médios. Não existe aqui nenhuma questão política", esclareceu.

Para "ultrapassar esta situação", o Conselho de Administração do Hospital "nomeou um assessor técnico clínico, para fazer as assinaturas do expediente corrente", que é Paulo Ferreira, especialista de medicina interna e do quadro do Hospital Distrital de Águeda.

Salomé Castanheira

scastanheira@jb.pt
Diário de Aveiro



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