SALVAGUARDAR ESPÉCIES DE IMPORTÂNCIA COMUNITÁRIA

A Câmara Municipal de Águeda pretende interditar a caça e pesca profissional na Pateira, com o objectivo de salvaguardar espécies de importância comunitária, bem como protegidas e em vias de extinção.

O presidente da Câmara de Águeda pretende que, com esta medida, se acabe com episódios de abates em larga escala, como aconteceu no fim do ano, com a morte de duas centenas de aves na Pateira, uma "actuação impensável" levada a cabo, por um grupo, aparentemente organizado, de mais de uma dezena de caçadores.

Segundo Gil Nadais, várias entidades envolvidas neste processo estão de acordo com a medida, como é o caso da QUERCUS, que já emitiu mesmo um parecer à autarquia.

No documento remetido pela associção, pode-se ler-se que a entidade considera que as actividades como a caça e pesca profissional nesta "área de extrema importância para diversas espécies" continua a ser um "factor de constrangimento à protecção dos recursos biológicos e do desenvolvimento de outras práticas de utilização mais sustentável destes recursos", nomeadamente "através do eco-turismo". No documento, a QUERQUS acrescenta ainda que a interdição destas actividades "contribuirá inevitavelmente para o incremento do número dos efectivos populacionais de muitas espécies", o que permitirá uma maior "facilidade de observação por parte dos visitantes", bem como "salvaguardar a cadeia alimentar das zonas húmidas".

Recorde-se que a Pateira se insere na Zona de Protecção Especial (ZPE) da Ria de Aveiro, embora actualmente as zonas de caça municipal de Águeda e Oliveira do Bairro, bem como da caça associativa de Eirol e Requeixo, se sobreponham a esta área protegida.

Salomé Castanheira

scastanheira@jb.pt
Diário de Aveiro



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