OS TRABALHADORES ESTÃO DISPOSTOS A REGRESSAR À CÂMARA |
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Cerca de 90 trabalhadores da empresa municipal de transportes MoveAveiro, que pertencem aos quadros da autarquia, ameaçam abandonar a empresa, descontentes com a situação de instabilidade, e regressar ao posto de trabalho original, disse ontem fonte sindical.
"Um dia dizem-lhes que a empresa vai ser privatizada, outro que é para concessionar. A requisição termina em Março e, caso a situação não seja esclarecida, [os trabalhadores] estão na firme disposição de regressarem à Câmara", disse hoje à agência Lusa José Abraão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP).
A ameaça de regresso aos quadros camarários consta de um abaixo-assinado dirigido ao presidente da autarquia, que os trabalhadores da MoveAveiro decidiram hoje promover e no qual exigem a clarificação sobre o futuro da empresa municipal de transportes.
Os funcionários realizaram hoje um plenário, no qual decidiram manter as paralisações agendadas para 13 de Fevereiro, entre as 16:00 e as 19:00, para realizar uma manifestação frente às instalações da Câmara, e no dia 22 -dia completo -, para exigir o pagamento dos salários ao mesmo dia que os restantes funcionários municipais.
"A instabilidade existente [na empresa municipal] fez destes trabalhadores os únicos do país que, pertencendo aos quadros de uma Câmara Municipal, têm sido confrontados com salários em atraso", frisou José Abraão.
O sindicalista afirmou que se registaram atrasos no pagamento de salários em Dezembro e Janeiro - entretanto já solucionados -, situação que classificou de "perfeitamente inadmissível".
Entretanto, no plenário de hoje, os funcionários tomaram conhecimento de uma proposta de Acordo de Empresa formulada pelo Conselho de Administração da MoveAveiro, e que será alvo de discussão numa reunião agendada para 12 de Fevereiro, um dia antes da paralisação.
"A proposta da administração traduz um regresso ao início das negociações [suspensas desde Abril de 2007], mas temos a noção exacta que ela abrange os trabalhadores do quadro da empresa [cerca de 40] e não os da Câmara ali destacados", disse José Abraão.
Apesar do agendamento da reunião, os trabalhadores decidiram manter os protestos já anunciadas, incluindo a greve à primeira hora e meia de cada turno, em vigor desde 14 de Janeiro.
A agência Lusa tentou ouvir os responsáveis da autarquia de Aveiro sobre a situação, mas os contactos com o gabinete de imprensa municipal revelaram-se infrutíferos.
O conselho de administração da empresa emitiu dia 22 um comunicado, dando conta da aprovação da "proposta tendente à realização de Acordo de Empresa", bem como da decisão de "dar início aos processos administrativo-legais, para se proceder à concessão faseada dos serviços". Diário de Aveiro |
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