PRESIDENTE GARANTE QUE NÃO VAI DESISTIR |
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O presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, chamou hoje "irresponsável" e "incompetente" ao ministro da Saúde, acusando Correia de Campos de não saber explicar os motivos que levaram ao encerramento da urgência do hospital local.
"O Ministro acima de tudo não é um homem responsável. Uma pessoa que não sabe explicar uma medida que toma é incompetente. Isto não é legítimo, o que aconteceu em Anadia foi uma vergonha" disse Litério Marques aos jornalistas à porta do serviço de urgência local, encerrado desde as 08:00 de hoje.
Aludindo a uma alegada redução de custos com o encerramento da urgência, frisou que a Câmara "vai estar atenta" às despesas dos doentes.
"Vamos ver quanto custa desde a saída daqui até ao hospital para onde os doentes vão, nem que seja preciso contratar pessoas para fazer isso", garantiu Litério Marques.
Questionado sobre possíveis acções a desenvolver pela autarquia para contestar o encerramento da urgência, o autarca social-democrata apenas disse que a Câmara não vai parar a contestação.
"Não vamos parar, mas as formas de luta têm de ser estudadas com algum rigor", sublinhou.
Sobre a providência cautelar interposta pela autarquia no Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu, Litério Marques diz aguardar uma resposta das instâncias judiciais.
"Ainda não temos resposta, o tribunal é que sabe", disse.
Já José Paixão, porta-voz do movimento de cidadãos "Unidos pela Saúde", que contesta o encerramento da urgência do hospital de Anadia, aludiu à possível criação de um movimento nacional em defesa dos serviços de saúde, desde urgências a maternidades e serviços de atendimento permanente.
"Apesar de cada caso ter as suas especificidades e de não ser fácil mobilizar tanta gente, estamos a estabelecer contactos para organizar um movimento nacional que reflicta a preocupação das pessoas com o que se está a passar na saúde em Portugal", disse.
O objectivo será realizar uma marcha "sobre Lisboa", em direcção à Assembleia da República ou à residência oficial do primeiro-ministro.
As urgências do hospital José Luciano de Castro, em Anadia, encerraram às 08:00 de hoje, conforme previsto, perante a presença de apenas cinco elementos do movimento popular que contesta o encerramento daquela valência.
Até às 10:00 da manhã de hoje o grupo de contestatários não ultrapassava as 20 pessoas.
Sensivelmente à mesma hora um funcionário do hospital começava a retirar a placa que diz "Urgência". Diário de Aveiro |
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