A DECISÃO FOI TOMADA PELO EXECUTIVO CAMARÁRIO

Em construção desde 2006, o equipamento de apoio social e administrativo da Zona Industrial de Vagos, vulgarmente conhecido como sede do Núcleo Empresarial de Vagos (NEVA), vai ser vendido pela autarquia à própria instituição.

A decisão foi tomada pelo Executivo camarário, na última 6ª feira, que aprovou o negócio, alegando existirem "dificuldades acrescidas" para apresentar a candidatura ao próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). Candidaturas que, em sua opinião são "assustadoras", pelo facto das novas regras poderem conduzir a que os municípios "não sejam contemplados com um euro de investimento".

Na sua deliberação a autarquia de Rui Cruz confirmou a venda dos três lotes onde aquela infra-estrutura está implantada, e pretende ainda ser "indemnizada" pelas benfeitorias que ali se encontram construídas. O valor global é de 1,1 milhões de euros, e o pagamento será feito em duas "tranches", de igual montante.

De referir que a última apenas será liquidada "no momento em que a candidatura ao QREN for aprovada a favor do NEVA, ou rejeitada ao município de Vagos ou ao NEVA". Face às dúvidas suscitadas pelo vereador Manuel Frade (CDS-PP), ficou assente que um protocolo vai ainda disciplinar as condições de "venda, uso e resgate dos lotes e das instalações em construção", o qual será objecto de ratificação futura por parte da Assembleia Municipal.

Justificando a alienação, o presidente da Câmara de Vagos argumentou que "os espaços industriais devem possuir estruturas de gestão mais profissionalizadas", tendo referido, a propósito, que "não é vocação primeira de uma autarquia" tomar conta de um espaço como aquele.

Recorde-se que o Secretário de Estado Adjunto da Industria e da Inovação, Castro Guerra, esteve presente na cerimónia do lançamento da primeira pedra do novo equipamento, que será entregue pela empresa construtora em meados do próximo mês de Dezembro.

Eduardo Jaques

Colaborador
Diário de Aveiro



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