O Hospital José Luciano de Castro poderá vir a transformar-se numa unidade de cuidados continuados e paliativos, à semelhança do que aconteceu no Hospital de Cantanhede, depois de encerrado o Serviço de Urgência, o que deverá acontecer no início de 2008.

Ao que o JB apurou as negociações entre o presidente da Câmara de Anadia, Litério Marques, e a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) falharam e o autarca recusará a substituição da urgência pela Consulta não Programa para Agudos proposta no protocolo que o Ministério da Saúde estabeleceu com outros municípios.

Inês Guerreiro, coordenadora da Unidade de Missão de Cuidados Continuados, visitou ontem o Hospital Distrital de Anadia, para avaliar a possibilidade do hospital, actualmente de nível 1, com 44 camas, se especializar nos cuidados continuados (cuidados de convalescença, recuperação e reintegração de doentes crónicos e pessoas em situação de dependência) ou paliativos (cuidados para doentes terminais), uma hipótese que o director do hospital, José Afonso, vê com bons olhos. "O que é necessário é que haja uma definição, que nos digam o que querem e como o podemos implementar", referiu ao JB.

Indefinição. Se ninguém sabe ainda como vai acontecer a transição do Serviço de Urgência para a Consulta Não programada para Adultos - a comunidade médica quer do Centro de Saúde local, que ficará encarregue da nova consulta, quer do hospital diz não ter qualquer directiva acerca do novo modo de funcionamento, nomeadamente acerca dos cuidados abrangidos por esta consulta -, poucos são os que têm dúvidas de que a Urgência vai mesmo encerrar.

Litério Marques não terá aceitado as condições impostas pela ARSC, semelhantes às já protocoladas com outros municípios, nomeadamente o de Cantanhede, mas a mudança decidida pela tutela é mesmo para avançar e já no início de Janeiro. A ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) que ficará sedeada no hospital chegará entre os dias 15 e 25 de Dezembro e o Hospital já está a acautelar as condições logísticas para receber a própria equipa, de três pessoas, do INEM que vai responder às situações de emergência.

O presidente da Câmara de Anadia não confirmou o termos das negociações com a ARSC, mas o JB sabe que Litério Marques estará a preparar uma tomada de posição pública e equaciona realizar uma Assembleia Municipal Extraordinária para debater o assunto.

Tânia Moita

tania@jb.pt
Diário de Aveiro