CASA MAJOR PESSOA INTEGRA-SE NA ESTRATÉGIA DE MUSEUS |
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A Casa Major Pessoa foi formalmente entregue à Câmara de Aveiro, após concluída a obra de reabilitação, devendo o futuro Museu Arte Nova entrar em funcionamento naquele local em 2008.
A obra teve um custo total de cerca de 1,5 milhões de euros, um terço dos quais comparticipado pela União Europeia, através do Programa Operacional da Cultura.
Segundo o vereador da Cultura da Câmara de Aveiro, Capão Filipe, "é devolvido à cidade e aos aveirenses um dos seus principais ex-libris, afirmando a memória colectiva no presente e construindo o futuro".
"A Casa Major Pessoa integra-se na estratégia de museus e património do município, que passa pela consolidação de uma rede com diferentes valências museológicas", referiu.
O autor do projecto, Mário Sarabando, confessou que se sentiu "intimidado" quando foi convidado a intervir "numa obra deste gabarito", cuja autoria é atribuída a Silva Rocha, um dos grandes nomes da Arte Nova em Portugal.
"A reabilitação e adaptação funcional desta casa foi um desafio, porque se trata de um edifício notável, com pormenores de Arte Nova fabulosos. Ao contrário de outros, não se tratava apenas da fachada mas de reabilitar um projecto cuidado que extravasava, em muitas particularidades, o que era comum fazer-se no início do século XX", descreveu.
Em reabilitação desde 2005, a Casa Major Pessoa teve hoje a primeira visita guiada após as obras, aberta à comunicação social.
Durante a visita foram dados a conhecer os três pisos e as futuras funcionalidades do edifício, como o Museu de Arte Nova, integrado na Rede de Museus da Cidade de Aveiro e, também, sede da Rede Nacional de Municípios de Arte Nova.
Por muitos considerado o exemplo maior do movimento Arte Nova em Aveiro, a Casa Mário Belmonte Pessoa, um proprietário e negociante natural de Espinho, está classificada como Imóvel de Interesse Público.
O projecto, concluído em 1909, está atribuído a Francisco Augusto da Silva Rocha que terá colaborado na sua execução com Ernesto Korrodi.
Ao nível das suas fachadas a decoração é exuberante e recorre a flores, animais e formas curvilíneas estilizadas, elementos bem característicos do movimento Arte Nova.
No interior realça-se a escadaria em ferro forjado, em espiral, que conduz ao piso intermédio, bem como os painéis de azulejo que revestem, até meia parede, as salas do rés-do-chão. Diário de Aveiro |
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