PRESIDENTE PRETENDE REEQUILIBRR AS FINANÇAS

A Câmara de Aveiro quer contrair um empréstimo de 58 milhões de euros para eliminar as dívidas de curto-prazo, uma proposta que foi ontem debatida pelo executivo camarário, mas acabou por ser adiada a pedido da oposição.

O empréstimo, por um prazo de 12 anos, com três anos de carência, insere-se no plano de saneamento financeiro da maioria CDS/PSD, mas não chegou a ser votado porque a oposição se queixou de não ter tido tempo para apreciar os documentos.

De acordo com os esclarecimentos técnicos prestados durante a reunião camarária, durante o período de carência o município pagará 2,9 milhões de euros anuais, passando o montante a oito milhões anuais quando começar a amortizar o capital.

A apreciação do pedido de empréstimo deu lugar ao debate político recorrente sobre a situação financeira da autarquia, protagonizado por Pedro Ferreira (PSD) e por Marques Pereira (PS).

Marques Pereira questionou a maioria sobre a demora de dois anos no agendamento do plano de saneamento financeiro, quando o seu discurso político se centrou, "desde o início", na situação financeira, e sublinhou que a dívida sempre era de 158 milhões de euros à data da posse, como é assumido nesse plano, e "não os 250 milhões de que se faz alarde".

"É o valor da construção do novo estádio, que nos condicionou a todos, mas em que todos estamos comprometidos. No final desta operação, a dívida mantém-se igual e apenas passa de curto para médio e longo prazo", declarou o vereador socialista.

Pedro Ferreira, responsável pelo pelouro financeiro, rebateu os argumentos, reafirmando que além dos 158 milhões de euros de dívida, existem compromissos do município, nomeadamente decorrentes de protocolos, que não têm facturas e por isso não estão contabilisticamente reflectidos, mas que terão de ser cumpridos.

Recusou também que a maioria CDS/PSD tenha responsabilidades na situação criada pela construção do novo estádio, porque o que os partidos votaram favoravelmente e por unanimidade foi o valor de 30 milhões de euros e não os valores que veio a atingir.

O PS sugeriu inicialmente a modificação da agenda para adiar a votação de três propostas da ordem de trabalhos: o empréstimo, a constituição de uma sociedade para a construção e conservação do parque escolar e o aumento de capital do Parque Desportivo de Aveiro EM.

O presidente da Câmara, Élio Maia, exerceu voto de qualidade, decidindo que a questão fosse analisada ponto por ponto e no caso do empréstimo foi remetida a deliberação para a próxima reunião do executivo.
Diário de Aveiro


Portal d'Aveiro - www.aveiro.co.pt