CARNAVAL PODERÁ CONHECER OUTROS DESTINOS

A polémica continua na Mealhada. A assembleia eleitoral da Associação de Carnaval da Bairrada (ACB), realizada na última sexta-feira, acabou por ser inconclusiva, já que a votos não compareceu qualquer lista. Todavia, foi aprovada uma posição da direcção demissionária, numa tomada de posição e resposta, face ao comunicado de 8 de Outubro, emitido pela presidência da Câmara da Mealhada.

A ruptura com a autarquia mealhadense aconteceu na sequência da demissão, em bloco, da actual direcção do Carnaval que não concordou com a proposta apresentada pela autarquia que se comprometeu em comparticipar o corso de 2008 com um subsídio de 100 mil euros, quando a ACB reclama uma comparticipação de 130 mil euros, concluindo que com um orçamento daqueles "não seria viável realizar um corso com dignidade".

Num encontro que reuniu mais de meia centena de associados, ficou clara a revolta e indignação dos presentes, bem como a solidariedade para com os dirigentes da associação, face ao comunicado da autarquia, tornado público na última semana, dando como um "acto positivo" a demissão da actual direcção da ACB.

Aliás, ao autarca Carlos Cabral foi feito um desafio no sentido da Câmara Municipal "realizar um Carnaval ainda melhor do que aquele que realizámos em 2007", dizem em comunicado, distribuído à comunicação social.

A ACB avança ainda que "nunca a associação, nos seus comunicados, prestou informações incorrectas" e "ao contrário do que se pretende fazer crer, a ACB nunca assinou com a Câmara Municipal qualquer protocolo para realizar o Carnaval 2008 com as condições por esta impostas", sublinhando que "a única verdade que pode ser conferida à Câmara Municipal é que, de facto, este ano propõe dar 100 mil euros e, no ano passado, deu 75 mil euros".

A ACB refere também que "essa verdade cai por terra, quando se sabe que antes, o Circo era pago pela Câmara Municipal e custava 37.500 euros, logo o valor pago pela Câmara Municipal era 112.500 euros". Se a ACB vem agora reclamar 130.000 euros, foi, acrescentam, "porque o Sr. Presidente da Câmara andou a brincar com todo este processo, tendo adiado decisões que mais não fizeram que agravar os custos, apesar de saber disso, desde Abril. Mais grave ainda, é o Sr. Presidente da Câmara renegar o compromisso público assumido no Boletim Municipal nº20", acrescentam.

Segundo a direcção da ACB "só falta agora o Sr. Presidente da Câmara ter a ousadia de negar que, na reunião de 17 de Setembro, perante cinco membros da direcção demissionária da ACB, assumiu nunca ter lido os termos desse mesmo seguro, desconhecendo mesmo que as coberturas aí mencionadas se referiam a calamidades".

Agora, a ACB revelou todos os valores pagos pela Câmara Municipal desde o ano 2001 com a realização do Carnaval, "de modo a poder apurar-se quem fala verdade", concluindo "não pactuar com a política da "pedinchice", até porque "para nós nada pedimos, porque se nos for permitido pedir alguma coisa pedimos sim ao Senhor Presidente da Câmara que fale verdade."

Recorde-se que esta reacção surge após a Câmara Municipal, liderada pelo autarca Carlos Cabral, ter dado a conhecer, na última semana, em missiva enviada à comunicação social, a posição do executivo face à tomada de posição da direcção demissionária da ACB. O edil mealhadense admitia então que "se a direcção demissionária não se sentiu capaz de realizar o Carnaval, então a Câmara Municipal considera positivo que se tenha demitido para dar lugar a quem se considere capaz de realizar o evento". Por seu turno, a direcção demissionária da ACB, ainda na última semana, responsabilizou a autarquia pela não realização do corso de 2008".

No próximo dia 9 de Novembro terá lugar nova assembleia eleitoral da ACB.

Catarina Cerca

catarina@jb.pt
Diário de Aveiro



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