LIMITES DA ZONA INDUSTRIAL PRÓXIMOS DOS QUINTAIS

A Câmara de Aveiro afirmou hoje estranhar as reservas da freguesia de Nossa Senhora de Fátima quanto à zona industrial prevista no Plano de Urbanização da cidade, afirmando que o presidente da Assembleia local integrou a equipa responsável pelo documento.

A projecção de uma zona industrial próxima das habitações, na Póvoa do Valado, prevista no Plano de Urbanização da Cidade de Aveiro (PUCA), é contestada pela freguesia de Nossa Senhora de Fátima, que se queixa de não ter sido ouvida.

O presidente da Assembleia da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, a que pertence o lugar da Póvoa do Valado, Manuel Vieira, convocou para o próximo domingo uma assembleia de freguesia extraordinária, aberta a toda a população, para debater a forma de travar o processo, admitindo mesmo um recurso aos tribunais.

Segundo disse à Lusa o presidente da Junta de Freguesia, Luís Claro, a reunião pretende "dar conhecimento à população dos limites que o PUCA determina".

O autarca explicou que o descontentamento para com a solução proposta deve-se, sobretudo, aos limites da zona industrial prevista "serem próximos dos quintais das pessoas".

"Nós não estamos contra a criação da zona industrial, mas contra a sua extensão até junto às casas. O que entendemos é que o espaço agrícola deve ser preservado e que deveria ser mantida uma faixa agrícola que serviria de barreira entre as casas e a zona industrial", explicou à Lusa.

A Câmara de Aveiro revelou hoje que "nenhuma preocupação sobre a zona industrial foi transmitida pelo presidente da Junta de Nossa Senhora de Fátima" e que o presidente da Assembleia integrou a equipa que elaborou o plano.

Face a esta posição, a Câmara de Aveiro difundiu uma nota informativa adiantando que o presidente da Assembleia de Freguesia, Manuel Vieira, na sua qualidade de arquitecto, integrou a equipa de trabalho contratada pela Câmara para elaboração do Plano de Urbanização.

"Como facilmente se pode depreender, a zona industrial que o senhor arquitecto contesta, foi proposta pela equipa que ele próprio integra", refere o documento.

A Câmara de Aveiro esclarece que, "face a alterações introduzidas à proposta do PUCA, foi deliberado abrir mais um novo período de discussão pública, que foi iniciado em 17 de Setembro e terminará no dia 19 de Outubro".

"A proposta de Plano não foi colocada a discussão na Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima porque apenas uma pequena percentagem da área do Plano se inclui nesta freguesia. Por outro lado, refira-se que tivemos muitas dificuldades em colocar os elementos para a Discussão Pública do Plano de Pormenor de Rasos na sede dessa Junta de Freguesia, dado que a mesma se encontrava sistematicamente fechada", justifica a nota municipal.

No mesmo documento, refere-se que "nunca os serviços técnicos foram abordados pelos órgãos que compõem a autarquia de Nossa Senhora de Fátima para sugerir, observar procedimentos, ou mesmo reclamar sobre o zonamento estabelecido, desde 2001".

A Câmara destaca ainda que, em 22 de Novembro de 2005, os serviços técnicos realizaram uma reunião com a Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, e "nenhuma preocupação sobre a zona industrial proposta foi transmitida pelo presidente" e, apesar de solicitadas, nunca chegaram propostas ou sugestões.
Diário de Aveiro


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