O social-democrata João Rocha, ex-presidente da Câmara de Vagos, acusado de corrupção, viu, na segunda-feira, o seu julgamento suspenso porque o depoimento abonatório de Marques Mendes ainda não chegou ao Tribunal Judicial de Vagos.
O juiz-presidente, Raul Cordeiro, resolveu suspender a audiência, até ao próximo dia 26, na expectativa de que chegue ao Tribunal o depoimento escrito de Marques Mendes, arrolado como testemunha abonatória pela defesa, a cargo do advogado Celso Cruzeiro.
O ex-autarca, juntamente com o empresário António Paula, estão de novo a ser julgados no Tribunal Judicial de Vagos, por um processo em que foram condenados em 1993, agora parcialmente repetido em resultado de um recurso a que o Tribunal da Relação de Coimbra deu provimento.
Em causa está a acusação dos crimes de corrupção e prevaricação, num negócio de venda de terrenos municipais na Gafanha do Areão, pretendendo o Tribunal esclarecer o movimento de três cheques, no montante global de 19 mil contos, que o empresário passou a favor do sogro de João Rocha. Na sessão de segunda-feira, o juiz presidente confrontou o empresário com as contradições entre o depoimento que prestou à Polícia Judiciária e ao Juiz de Instrução Criminal, quanto à natureza desses cheques, e as declarações agora prestadas perante o Tribunal. O ex-presidente da Câmara de Vagos, que chegou a estar em prisão preventiva, foi inicialmente acusado de vários crimes e condenado em primeira instância a oito anos de prisão.