ESTE ANO, FORAM COLOCADOS NA UNIVERSIDADE DE AVEIRO, NA PRIMEIRA FASE, 1874 NOVOS ALUNOS |
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A reitora da Universidade de Aveiro (UA) considerou hoje "inadmissível" que o ministro Mariano Gago afirme que as universidades têm de se habituar a um modelo diferente de financiamento quando confrontado com o sub financiamento do ensino superior.
Falando na abertura do ano académico 2007/2008, a reitora, Helena Nazaré, disse que "não é de espantar que algumas universidades não consigam pagar salários nos últimos meses deste ano" e relembrou que "o financiamento das universidades diminuiu em cerca de 14 por cento no ano de 2007".
Justificando a crítica com a "gravidade de recentes declarações do ministro, que forçam uma chamada de atenção", Helena Nazaré comentou que "é bom que se tenha a clara noção" de que "em Portugal o financiamento do ensino superior é cerca de 0,78 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto na União Europeia o valor médio é de 1,2 por cento e se recomenda que esse valor suba para dois por cento".
"É inadmissível que, quando confrontado com estes problemas, o ministro da tutela afirme que as universidades têm que se habituar a um modelo diferente de financiamento", declarou.
Helena Nazaré lamentou que o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, se tenha "esquecido de dizer qual o modelo porque seria mais fácil cumprir se o mesmo fosse conhecido" e reclamou como essencial "existirem regras absolutamente claras e transparentes" para cada componente do financiamento.
A reitora referiu-se ainda à conclusão, pela Universidade de Aveiro, da adequação da oferta ao modelo preconizado em Bolonha (que visa uniformizar a formação superior na Europa), considerando que "o desafio mais importante do processo é a mudança de paradigma no processo de ensinar e aprender".
Este ano, foram colocados na Universidade de Aveiro, na primeira fase, 1874 novos alunos, preenchendo 94,6 por cento das vagas oferecidas nos cursos universitários e 91,5 por cento das vagas nas suas escolas politécnicas, o que, segundo Helena Nazaré, evidencia que "a oferta da UA se tem vindo a adequar à procura de forma quase perfeita".
Na intervenção do presidente da Associação Académica, Luís Ricardo Ferreira, o assunto dominante foi a acção social escolar, com o reconhecimento do interesse da criação de empréstimos para estudantes, mas sérias reservas quanto ao futuro de todo o sistema.
"O empréstimo como complemento e a criação de um fundo público de garantia é um assunto que merece a nossa aprovação. No entanto, o caminho, que está por desvendar, de todo o sistema, que será certamente o de aumentar o apoio financeiro ao estudante à custa da aniquilação do actual sistema, com isso não podemos concordar", declarou.
Durante a cerimónia de abertura do ano académico foram entregues prémios aos melhores alunos e bolsas de estudo aos melhores "caloiros".Diário de Aveiro |
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