A presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, Regina Bastos (PSD), convocou uma reunião extraordinária para discutir o resultado de uma auditoria externa à gestão municipal, como defendeu o PS e contrariando a posição da maioria PSD/CDS. Esta divergência no seio da maioria PSD/CDS que suporta a Câmara, em torno da discussão dos resultados da auditoria, verificou-se quinta-feira, logo no início dos trabalhos da Assembleia. Carlos Candal, do PS, sugeriu que fosse agendada uma sessão extraordinária para debater os resultados da auditoria à gestão municipal, conhecidos no início da semana e que, segundo os socialistas, demonstram que a situação deixada pelo PS não é o "quadro tempestuoso" que foi apregoado pela maioria PSD/CDS agora no poder. A proposta foi desvalorizada por Rocha de Almeida, da bancada do PSD, defendendo que o assunto podia ser debatido no âmbito da ordem de trabalhos, não se justificando uma sessão extraordinária, no que foi secundado por Jorge Nascimento, da bancada do CDS. A chegada da presidente da mesa, Regina Bastos (PSD), até aí substituída na condução dos trabalhos por Celso Santos (CDS), evidenciou o desacerto, já que abreviou a discussão, comunicando que a mesa havia decidido convocar uma reunião extraordinária para debater a auditoria, indo ao encontro da sugestão do PS, ao contrário do que havia sido defendido pela maioria PSD/CDS. Durante os trabalhos, as contas das empresas municipais foram motivo de uma acesa troca de palavras entre Raul Martins (PS) e alguns elementos da maioria, com o socialista a comunicar que pretende participar à Inspecção Geral de Finanças irregularidades na sua aprovação e o vereador Carlos Santos (PSD) a queixar-se de um clima de ameaça permanente por parte da oposição. "Em Maio há empresas municipais que ainda nem sequer enviaram as contas à Câmara, que deveriam ser aprovadas em Março", comentou Raul Martins, questionando se o executivo nomeou os seus representantes às assembleias-gerais de accionistas e quais as datas das deliberações respectivas. Pedro Ferreira, vereador responsável pelas finanças, admitiu que "as contas de algumas empresas foram apresentadas, outras não", recordando que durante a gestão socialista também não foram observados os prazos legais. De contas se falou também na apreciação da actividade municipal. Em resposta a uma intervenção de António regala, da CDU, que aludiu a uma quebra nas receitas municipais e a um agravamento da despesa, Pedro Ferreira, reconheceu que as receitas municipais baixaram no primeiro trimestre, face ao ano anterior, mas garantiu que "as despesas não andarão longe do ano passado".Diário de Aveiro |