A vice-presidente da Linden Labs, Robin Harper, vai participar em Maio na Universidade de Aveiro num workshop sobre o Second Life, uma ferramenta na Internet que permite simular uma vida paralela à real. Fonte da organização disse à agência Lusa que a responsável pela área de marketing da empresa que criou e gere o Second Life (SL) vai proferir uma conferência em 24 de Maio, logo após a inauguração oficial da ilha da Universidade de Aveiro no SL. "É a primeira visita oficial a Portugal de um responsável da Linden Labs", salientou a fonte. Na mesma sessão, vai intervir Jorge Lima (Eggy Lippmann no SL), fundador da Beta Technologies, empresa portuguesa de "arquitectos do mundo virtual" que está a construir edifícios no Second Life. Jorge Lima disse hoje à agência Lusa que a Beta Technologies foi constituída no Verão de 2006 por dois engenheiros e uma arquitecta que trabalharam juntos na Associação Recreativa para a Computação Informática, instituição sem fins lucrativos que, entre outros produtos e serviços, criou a reconstituição multimédia da Ópera do Tejo, em Lisboa, destruída no terramoto de 1755. "Já construímos [no SL] dezenas de edifícios, filmes, organização de eventos, veículos, jogos e muito mais. Temos clientes como a Xerox, a Honeywell, o Saxo Bank e a Language Labs", referiu Jorge Lima. O fundador da Beta Technologies definiu o SL como "mais um meio de comunicação, que pode ser utilizado para fins mais lúdicos ou mais sérios". Jorge Lima admitiu que o SL possa ser entendido como "um escape, mas não no sentido negativo". "Todos nós procuramos escapar, descansar, ir para o campo ou para a praia", referiu, salientando que o SL pode ser muito mais do que lazer, atendendo às potencialidades educativas e de negócio desta ferramenta. "Podemos fazer no SL essencialmente os mesmos negócios que fazemos na via real. Para já, as áreas de negócio que se têm desenvolvido mais no SL são o marketing, o tele-trabalho e as conferências", afirmou. Jorge Lima destacou também as vantagens educativas do SL, nomeadamente para reconstituições históricas e para a criação de museus virtuais. O responsável da Beta Technologies realçou que a última projecção do grupo Gartner aponta para 80 por cento de utilizadores da Internet com algum tipo de vida paralela em 2011, no SL ou noutros serviços. O workshop "Comunicação, Educação e Formação no Second Life" vai começar a 23 de Maio na Universidade de Aveiro (UA) com duas acções de formação, uma de introdução ao SL, para iniciados, e outra de técnicas de programação e modelação em três dimensões, para utilizadores avançados. Na noite do segundo dia, haverá sessões virtuais no SL sobre educação e sobre negócio na "segunda vida". O último dia, 25 de Maio, será reservado à apresentação de comunicações livres e a um painel de discussão final, com todos os participantes. A UA é a primeira universidade portuguesa a adquirir uma ilha no Second Life, onde irá a instalar os seus edifícios, que estão já em construção, no âmbito de um projecto que pretende explorar as potencialidades educativas e institucionais do SL, revelou recentemente a instituição, em comunicado. O projecto "second.ua", desenvolvido por professores da UA e que envolve cinco alunos da licenciatura em Novas Tecnologias da Comunicação, tem como objectivo "promover a participação de um público mais alargado em eventos e iniciativas da Universidade, privilegiando o contacto social com os habitantes do SL". Uma vez que o Second Life tem um universo de mais de cinco milhões de habitantes em todo o Mundo, dos quais 40 mil em Portugal, esta extensão da UA deverá permitir "a promoção de discussões iniciadas nas aulas, possibilitando contacto entre pessoas em espaços diferentes, e a realização de acções de e-learning em disciplinas específicas", afirmaram os professores Carlos Santos, Pedro Almeida e Luís Pedro, responsáveis pelo projecto. O Second Life tem actualmente no seu espaço 70 universidades e organizações educativas estrangeiras, estando entre elas a Harvard Law- School, Colorado Tech, Princeton e a Ohio University. Empresas como a IBM, Toyota, Warner Bros., Nokia, Nike e Reuters marcam já presença no Second Life com escritórios abertos e venda de produtos. Em Janeiro, a Suécia anunciou a criação de uma embaixada no Second Life, tendo sido o primeiro país a criar uma representação diplomática no espaço virtual.Diário de Aveiro |