A Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa deteve Vítor Ilharco - o principal arguido da megaburla comercial que foi julgada em 2002 em Oliveira do Bairro, acusado de 1633 crimes, e condenado, inicialmente, a 17 anos de prisão - que andava foragido às autoridades desde Setembro de 2006, confirmou ao Jornal da Bairrada fonte policial. Vítor Ilharco, libertado em 25 de Março de 2005 por excesso de prisão preventiva, foi detido na zona de Setúbal para o cumprimento de uma pena efectiva de prisão de sete anos, já que a sucessão de recursos apresentados levou à diminuição da pena inicial de 17 para 14 anos de prisão, e depois para 11. Dos seis condenados, no âmbito deste processo, que andavam a monte, a PJ ainda não conseguiu capturar Hélder Cruz (condenado a seis anos de prisão), e Joaquim Leonardo (cinco anos e seis meses). Ilharco, antigo secretário-geral da Associação de Apoio ao Recluso e ex-jornalista, principal arguido do processo, chegou, durante o tempo que esteve em liberdade, a pedir autorização para viajar até à Guiné, mas os pedidos foram sempre recusados. Perante o perigo de fuga, e logo que os recursos que deram entrada no Supremo Tribunal de Justiça foram julgados improcedentes, a juíza do Tribunal Judicial de Oliveira do Bairro emitiu os respectivos mandados de captura. Acrescente-se que Vítor Ilharco, durante os quatro anos em que esteve preso preventivamente, processou diversas personalidades, incluindo a ex-ministra da Justiça Celeste Cardona, a juíza de instrução Fátima Mata-Mouros, jornalistas e o próprio colectivo de juízes que o julgou no Tribunal de Oliveira do Bairro. Recorde-se que os factos que estiveram em julgamento reportam-se aos anos de 1998 a 2000, altura em que Ilharco burlou fornecedores com o intuito de obter mercadorias para exportação sem as pagar, apoderando-se do resultado das vendas.Diário de Aveiro |