A União Desportiva Cultural e Recreativa do Silveiro (UDCRS) vai comemorar 20 anos de existência, no próximo dia 8. Uma data que segundo o presidente da direcção, Paulo Martins, se deve “ao trabalho desenvolvido e todos os méritos são fruto do empenho e dedicação de todos quantos fizeram parte dos corpos sociais”. “Hoje em dia, a UDCRS tem uma riqueza patrimonial que demonstra bem a qualidade do trabalho realizado”, refere Paulo Martins, numa longa entrevista concedida ao Jornal da Bairrada, onde fala dos 20 anos de existência desta associação, revelando que, em breve, irão assinar um protocolo de colaboração com o Teatro Aveirense e um protocolo de geminação com o Silveirinho, Penacova. “Enorme espírito de servir” Jornal da Bairrada -O que representou para si estes 20 anos de actividade da UDCRS? Paulo Martins -Como presidente da direcção, durante 10 anos, é evidente que sinto enorme satisfação por tudo o que a associação representa, pelo que tem conseguido e pelo prestígio que ostenta, pois está na vanguarda da dinâmica associativa. Pessoalmente e pelo passado familiar na associação, o sentimento também é de orgulho e sensação de muito ter contribuído para o êxito e a consolidação da UDCRS. Devo, porém, recordar que todo o trabalho desenvolvido e todos os méritos são fruto do empenho e dedicação de todos quantos fizeram parte dos corpos sociais. - Tem sido fácil conduzir esta associação? - Liderar uma colectividade com esta envergadura e com esta dinâmica, implica muita dedicação, empenho, trabalho e um enorme espírito de servir. Estes predicados por si só já denunciam grande aplicação por parte dos dirigentes, mas, com equipas de trabalho bastante colaborantes e sempre disponíveis, posso afirmar que, não sendo fácil dirigir a UDCRS, porque o trabalho e as preocupações são muitas, o prazer e orgulho de a ver crescer são o estímulo diário que necessitamos para levar por diante os nossos propósitos. - Ao longo dos anos o trabalho é bastante visível. É difícil “aguentar” uma associação com as infra-estruturas que tem. - Não é fácil, porque todas as infra-estruturas, valências e actividades que temos exigem muito trabalho e preocupações diárias. Mas, com um forte trabalho colectivo e o gosto que temos pela associação, vamos conseguindo consubstanciar os nossos objectivos e proporcionar melhores atractivos culturais, recreativos, desportivos e sociais aos associados e população. “Presidente eterno” - Vai ser um presidente vitalício, ou já pensou em sair? - Claroque não serei presidente eterno, até porque é sempre necessário haver novas ideias e novas formas de trabalhar. Mas, para já, continuo com a mesma vontade de trabalhar do que quando assumi a presidência, há dez anos, e como o amor a esta causa se acentuou e os projectos continuam, estou preparado e motivado para mais dois anos de árduo trabalho. Com a equipa que me acompanha, vamos ter um mandato tranquilo. Depois, no final do mandato, logo se verá? Há pessoas interessadas em continuar a obra? - Eu penso que sim, e o Silveiro já demonstrou que tem pessoas com enorme capacidade de trabalho e dinamização. As terras são aquilo que as pessoas querem que elas sejam e, felizmente, o Silveiro tem tido muitas pessoas que o têm feito crescer e desenvolver muito. - Que projectos futuros? - Pretendemos, para além de manter em óptimas condições de utilização as nossas infra-estruturas, o que já dá muitas preocupações, dar continuidade à dinâmica cultural encetada, que é referência na região, concluir o projecto do dormitório e, se se reunirem apoios, iniciar a sua construção. Já temos elaborado um estudo para arranjos e melhoramentos no Parque da Pateira, que bem precisa, e vamos trabalhar no sentido de consumar estes melhoramentos. Assim como vamos alargar a zona envolvente da piscina, tendo para o efeito, conseguido a cedência gratuita do terreno por parte do José da Silva Carlos. Estamos também a envidar esforços para reactivar o grupo de teatro, o que muito nos agradaria. Apostar na qualidade cultural - A agenda de animação cultural vai continuar recheada como tem acontecido até aqui. - Sim, vamos continuar a apostar na qualidade cultural. Agora, que contamos com o apoio concedido pela Câmara Municipal de Oliveira do Bairro para a promoção de espectáculos de qualidade é mais fácil dar continuidade a esta dinâmica. A 3 e 4 de Fevereiro de 2007, vamos ter Fernando Mendes e o “Peso Certo” e, em breve, teremos mais novidades, pois já estamos a trabalhar a calendarização para 2007. - Vão assinar um Protocolo com o Teatro Aveirense e promover uma geminação com Silveirinho, Penacova, quais os objectivos? Relativamente ao Teatro Aveirense, é com satisfação que estabelecemos um protocolo de parceria com uma entidade com o prestígio, a história e a grandeza do Teatro Aveirense. Com este protocolo, os nossos associados vão ter uma benesse, que é um desconto de 20% nos espectáculos lá realizados, o que achamos muito importante. Como as duas instituições são um enorme veículo de promoção de cultura, estaremos mais próximos e haverá maior coordenação e articulação, o que será muito benéfico para ambas as instituições. No que respeita à geminação com Silveirinho, é uma forma de estabelecer relações culturais, humanas e sociais com uma colectividade de uma terra que poderá ter algumas afinidades com a nossa, com as vantagens que sempre advêm dos conhecimentos travados. No fundo, é um alargar de horizontes, que no associativismo também é importante. A UDCRS é um tremendo embaixador da terra e do concelho por tudo o que proporciona, por tudo o que desenvolve. “Independentemente da cor política” - Esta câmara, com o executivo PSD, tem apoiado mais ou menos do que a anterior? E a junta continua de mãos dadas com a associação? - Este executivo municipal tem demonstrado enorme atenção, sensibilidade e muita disponibilidade para os problemas associativos e tem colaborado connosco de forma extraordinária. Devo também referir que o executivo anterior também colaborou e muito com a UDCRS. Isto talvez demonstre que, quando a obra é visível, se trabalha de forma sustentada e há credibilidade, no fundo, quando se demonstra que se merece apoio, ele chega, independentemente da cor política. A Junta de Freguesia de Oiã tem estado connosco e sabemos que os seus recursos financeiros a inibem de colaborar de forma mais determinante. - Quais são as necessidades imediatas da associação? - É claro que o aspecto financeiro é sempre a dificuldade maior e os nossos encargos são enormes, daí que seja a nossa maior preocupação. Porém, o que pretendemos no imediato é, de facto, alcançar apoios para o início de construção do dormitório e fazer os melhoramentos necessários no Parque da Pateira. - Qual é o valor patrimonial que já tem? - É difícil de quantificar, mas é inquestionável que é um património digno de salientar, porque quem possui um edifício como o Centro Cultural Prof. Élio Martins, lhe dá a dinâmica cultural que todos sabemos, tem piscina descoberta, polidesportivo com relvado sintético, balneários de apoio, parque infantil, bar - restaurante, Parque da Pateira, que tem como “património vivo”, os Cantares do Silveiro, danças de salão, danças latinoamericanas, aeróbica e karaté e promove uma feira de artesanato com a qualidade e dimensão como a que promovemos, diz bem da nossa “riqueza patrimonial”, da nossa dimensão e demonstra bem a qualidade do trabalho realizado. Diário de Aveiro |