Rui Simões, que acaba de ser confirmado como o homenageado nos Prémios SOPHIA 2024 da Academia Portuguesa de Cinema, estará esta terça-feira 16 de abril, no Teatro Aveirense pelas 21h30, para apresentar em antestreia o seu novo filme “Primeira Obra”.
“Primeira Obra” é um filme de ficção, mas também é autobiográfico, tendo como ponto de partida um dos primeiros documentários de Rui Simões, “Bom Povo Português”, que em 1980 marcou o cinema português como uma das mais brilhantes e lúcidas abordagens ao Portugal da revolução de abril.
No filme, há um jovem investigador lusodescendente, Michel, que chega a Portugal para pesquisar a revolução por cumprir.
Traçando paralelismos com a contemporaneidade, mapeia as formas em que o filme “Bom povo Português” reflete o país inserido na Europa.
Em conversa com Simão, histórico cineasta, Michel procura respostas para o seu filme.
Ao conhecer Susy, ativista do ambiente, percebe que o amor é o caminho. Como sempre, a vida e o cinema misturam-se.
A partir de um argumento de Sabrina D. Marques de uma ideia de Rui Simões, o filme é protagonizado por Zé Bernardino, Ulé Baldé, António Fonseca, contando também com a participação de Joana Brandão, Maty Galey, Beatriz Gaspar, Jean-Marie Galey e Alice Barros Simões.Com participação especial surgem igualmente Dalila Carmo, Manuel João Vieira, Miguel Seabra, Manuel Mozos, Adriana Queiroz, Isabel Ruth, Olga Roriz e Filipa Mayer.
Rui Simões deixou o país em 1966, evitando o serviço militar e a mobilização para a guerra colonial, fixando-se em Paris e depois em Bruxelas.
Nos anos 70 estudou realização de cinema e televisão do IAD (Institut des Arts de Diffusion em Bruxelas), regressando a Portugal depois da Revolução dos Cravos.
Trabalhou com António da Cunha Telles, vindo mais tarde a fundar a RealFicção.
Tendo ensinado no Núcleo de Cineastas Independentes, na Universidade Nova de Lisboa e na Universidade Independente, lecionou igualmente nos Estados Unidos, nas universidades de Harvard, Cornell e Berkeley.
Autor de uma extensa filmografia militante e de intervenção social e política, os seus documentários, nomeadamente “Deus, Pátria, Autoridade” (76), marcaram o cinema português sobre os tempos que justificaram abril.Antecede o filme a curta-metragem “Trinou” do jovem realizador tunisino Nejib Kthiri.
Uma narrativa surpreendente que foi distinguida com Menção Especial Melhor Ator no Festival AVANCA 2023.
No ano de AVEIRO 2024 Capital Portuguesa da Cultura, as curtas metragens em exibição nas Terças de Cinema são obras que passaram por este festival de cinema que este ano comemora em julho a sua 28ª edição.
Esta sessão de cinema será igualmente exibida, em antestreia, na quinta-feira, dia 18, pelas 21h30, no Cine Teatro de Estarreja na rubrica Quintas de Cinema.
Ambas as sessões são apoiadas pelo ICA do Ministério da Cultura e são uma organização conjunta envolvendo os teatros, os municípios e as associações Plano Obrigatório e Cine Clube de Avanca.
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