Os 50 anos do 25 de Abril dominaram as comemorações do Feriado Municipal de Ílhavo em dia que levou João Campolargo a anunciar a reduzção do IMI para 0.3% em 2025.
Os discursos acentuaram as consequências políticas do voto e a importância de mobilizar os mais jovens para a construção de uma sociedade comprometida com o futuro da comunidade (com áudio).
Paulo Pinto, presidente da Assembleia Municipal de Ílhavo, destaca a “democracia como pilar do estado de direito” e o “voto como verdadeira arma do povo”.
Diz que os cidadãos não devem iludir-se com a redução da abstenção nas últimas legislativas e devem marcar presença nas Europeias de 2024 e Autárquicas de 2025.
O presidente da AMI defende a importância de “ouvir o pulsar da comunidade” e “promover espaços de participação dos cidadãos eleitores”.
Em particular “ouvir os jovens” e “fortalecer a importância que os cidadãos podem ter nas políticas”.
Sérgio Louro, do Chega, falou dos 50 anos do 25 de Abril como marca que deve ser defendida.
“As nossas gentes nunca andaram tão insatisfeitas da sua vida”.
Louro diz que tem vindo a ser vincada a “incapacidade de encontrar soluções” e que os atores políticos devem não apenas “bater com mão no peito” mas também “aceitar a democracia representativa”.
Referência ao crescimento do Chega que promete chegar em força às próximas autárquicas em Ílhavo.
“E com orgulho que comemoramos abril com número recorde de deputados. Em Ílhavo, seremos vários deputados na assembleia e teremos vereadores”.
Criticou o que diz ser a falta de ambição” dos autarcas e deixou aviso para que não caiam na tentação de fazer de 2025 “ano de obras eleitoralistas”.
Mariana Alvelos falou em representação do PS.
A bancada socialista escolheu uma jovem para evocar Abril.
“É imperativo reconhecer as dificuldades dos jovens (mercado de trabalho e habitação. Tenho dever de exigir a defesa dos seus direitos. Queremos construir uma sociedade mais justa”.
Mariana Alvelos diz que as “políticas não podem ficar pelos nichos simbólicos” e pediu ao município “estratégia com cabeça, tronco e membros para os mais jovens”.
Como sinal de alerta disse que “os jovens serão agentes ativos nos próximos 50 anos” e que “não há liberdade sem felicidade”.
Falou de creches, apoio social e económico, trabalho e habitação como pastas importantes.
E pediu espaço de intervenção.
“A minha geração não está alheada. Está é afastada dos processos”
Flor Agostinho, do PSD, acabou por assumir um discurso mais voltado para a avaliação da vida política em Ílhavo.
Além dos agradecimentos aos que se entregam às causas falou de Ílhavo como espaço intercultural.
“Ílhavo é um concelho rico de gente positiva e lutadora. Infelizmente, o atual executivo não sabendo aproveitar as dinâmicas contrariando o espírito que vinha de altos níveis de investimento”.
Flor Agostinho lembra que o concelho está dotado de uma boa rede de infraestruturas “que urge manter e complementar” mas pede mais ambição.
“Esperamos que seja reencontrada a ambição”.
O porta voz do PSD pediu um Município mais igualitário para as suas 4 freguesias em nome da coesão e capacidade para agarrar oportunidades.
“Estamos a desperdiçar as condições para continuar a melhorar os níveis de qualidade de vida. Este mandato tem sido assinalado por estagnação. Temos que retomar a continuidade no trabalho que foi interrompido”.
Daniela Alegria, do movimento independente “Unir para Fazer” fez a defesa dois valores culturais.
“Somos feitos de muitas almas e culturas. Só a diversidade permite que um território como o nosso seja de constante crescimento”.
Daniela Alegria admitiu a importância das infraestruturas mas colocou “as pessoas” como pilar que deve ser alimentado pela “maior proximidade com os munícipes”.
Falou do orçamento participativo e de concursos de ideias como marcas de uma forma de estar na política.
“A identidade cultural é o que nos agrega. O mesmo com a educação pois só assim as próximas gerações vão continuar a trabalhar para o bem comum”.
Além da inclusão quis vincar a “relação intergeracional de juventude e maioridade” como “um dos grandes motivos de orgulho”.
E sobre o associativismo destacou a força que é marca identitária de Ílhavo.
“O associativismo é o movimento da democracia. Desempenha papel vital no fortalecimento das comunidades”.
O movimento independente diz que veio para marcar a diferença e quer respeitar compromissos assumidos.
“Temos ambição. Viemos para trabalhar, respeitando os tempos necessários. Viemos para fazer bem. Não nos esquecemos do nosso compromisso”.
António Bagão Félix, Humberto Rocha, Manuel da Rocha Galante, Manuel Fernando da Rocha Martins (medalha de ouro do Município), Manuel Teles (Medalha do Município de Vermeil), Pedro Machado (Medalha do Município de Prata), Manuel do Bem Barroca (Medalha de Mérito Social Prateada), Vieira da Silva (Medalha de Mérito Cultural Prateada), Confraria do Bacalhau, João da Madalena, Rancho AS Ceifeiras (Medalha de Mérito Cultural Acobreada), Capge e Marina Clube da Gafanha (Medalha de Mérito Desportivo Acobreada) e José Oliveira (Medalha de Mérito Empresarial Acobreada) receberam condecorações (com áudio).
Depois da entrega de condecorações, que passamos em revista no ficheiro áudio em anexo com declarações dos homenageados, João Campolargo, autarca de Ílhavo, encerrou a cerimónia (com áudio).
O autarca realça o “dia feliz” com “alegria e esperança e homenagens a pessoas e instituições”.
Assumiu balanço ao segundo ano de mandato deixando claro que o “último ano foi tempo de lançamento e concretização de projetos”.
E vincou a “consolidação das contas da autarquia”.
“Reduzimos a dívida em 40%, tempos de pagamento e houve aumento de investimento global. Estamos a ser rigorosos”, realça Campolargo.
A reabilitação de equipamentos é outra das marcas em que reclamou méritos.
“Aplicamos cerca de 4 milhões de euros na requalificação de edifícios e equipamentos municipais”.
O grosso de investimentos previstos para escolas e centros de saúde continua presente na gestão do Município.
Esperamos que avancem ainda este ano”.
Anunciou a construção de nova escola básica na Gafanha da Encarnação com financiamento garantido.
“Tem sido um caminho gratificante”, resume Campolargo que admite o quadro difícil para as famílias.
“Vamos investir mais em ação social”.
Ílhavo seguir 1275 pessoas com vulnerabilidade social e promete não deixar ninguém para trás.
A construção de um diretório empresarial, o reforço do apoio à empregabilidade, a relação com empresários e a sustentabilidade ambiental foram apresentados como pilares da ação até final do mandato.
Nos desafios da habitação, o autarca diz que a aquisição de terrenos é uma das bases desse trabalho.
“Procuramos investidores para fomentar a construção. E procuramos terrenos para áreas de criação de novas respostas”.
Ampliar zonas industriais e abrir a zona industrial da Gafanha de Aquém são propósitos assumidos.
Em políticas com apoio de fundos europeus, o autarca diz que o Município perspetiva aplicar 35 milhões de euros até final do mandato nas diferentes políticas.
E anunciou a redução da taxa de IMI para o mínimo 0.3% já a partir de 2025.
O autarca que governa sem maioria absoluta admite um quadro complexo mas diz que há a vantagem de prestar contas aos eleitos e munícipes.
“Nunca a CMI prestou tantas contas e isso é muito positivo. Estamos comprometidos com as pessoas e a nossa terra”.
O programa do Feriado segue esta tarde.
Às 16h, será inaugurada a exposição de fotografia “Mezzanine”, na Sala de Exposições da Casa da Cultura de Ílhavo, que reúne obras da Coleção de Fotografia novobanco, sob a curadoria do fotógrafo joãozero, que criou uma narrativa em torno da Liberdade através de uma das mais importantes coleções de fotografia contemporânea.
A exposição estará patente até 30 de junho.
As comemorações do Feriado Municipal de Ílhavo encerram, às 17h, no auditório da Casa da Cultura de Ílhavo, com o “Coro da Madrugada”, um projeto comunitário que celebra o legado de José Afonso.
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