A antiga Fábrica de Papel de Valmaior vai dar lugar ao futuro Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos.
Trata-se de um investimento de cerca de 7,5 milhões de euros.
“Um sonho que se concretiza; um espaço para a memória de uma instituição nascida em 1864”.
Foi assim que José Pimenta Machado, Vice-Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), definiu o futuro Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos, em Albergaria-a-velha, cujo investimento previsto é de 7,5 milhões de euros.
O Município de Albergaria-a-Velha apresentou o projeto no Dia Mundial da Água.
Vai instalar o espaço na antiga Fábrica de Papel de Valmaior, com uma construção bruta de 2300 m2.
O novo equipamento vai ser constituído por uma zona de acolhimento, núcleo museológico com espaço expositivo, depósito e arquivo (840 m2), sala de leitura, espaços técnicos, gabinetes de trabalho, um pátio interior e uma zona verde nas margens do Rio Caima.
De acordo com o estudo prévio desenvolvido pelo AnC Arquitetos, vai haver ainda um espaço museológico relacionado com a atividade da Fábrica de Papel e uma praça central exterior para o usufruto da comunidade.
“Será um espaço de enriquecimento cultural e também de preservação ambiental”, resumiu Delfim Bismarck, Vice-Presidente da Câmara Municipal, que salientou ainda a existência de um quadro técnico qualificado no Arquivo Municipal para dar conta deste novo desafio.
António Loureiro, Presidente da Câmara Municipal, também destacou o trabalho dos técnicos, quer do Município, quer da APA, tendo ressalvado que este projeto nasceu a partir das conversas e troca de impressões “de quem está no terreno”.
Antes da construção do Museu e Arquivo Histórico, vai decorrer, este ano, a reabilitação do Rio Caima, numa extensão de 7 km, com a criação de cordões ecológicos, que respeitem o ecossistema da zona ribeirinha, bem como a construção de um trilho pedestre.
A nora vai ser também reposicionada na margem, que terá um anfiteatro e uma área pedagógica com “jogos de água”, numa área que pretende estreitar a relação da comunidade com o rio.
“Avalia-se o nível cultural de um povo pela forma com trata a água e os rios”, afirmou José Pimenta Machado, que acredita que este projeto ficará para a História.
Neste dia em que se celebrou a água, a APA e o Município apresentaram a segunda exposição "Recursos Hídricos: História, Sociedade e Saber" com vários documentos, instrumentos e outras peças relacionadas com a atividade dos técnicos dos recursos hídricos, que irão integrar o futuro museu.
Isabel Damasceno, Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, felicitou a Câmara Municipal e a APA pelo trabalho de parceria no desenvolvimento da exposição, que “conta uma Histórica rica”, de uma instituição que convivia com a comunidade.
A Presidente da CCDR do Centro afirmou que acompanhará o desenvolvimento do Museu e Arquivo Histórico “com muito gosto” e que um projeto de qualidade e maturidade “facilmente encontrará o necessário financiamento”.
Nas comemorações do Dia Mundial da Água em Albergaria-a-Velha estiveram ainda presentes os Administradores das Regiões Hidrográficas Inês Andrade (ARH do Norte), Nuno Bravo (ARH do Centro) e Susana Fernandes (ARH do Tejo e Oeste), que aproveitaram a ocasião para enfatizar a necessidade de valorizar o património cultural e natural dos recursos hídricos.
O Município de Albergaria-a-Velha e a APA – Agência Portuguesa do Ambiente celebraram, em 2023, um protocolo de colaboração para a criação do Museu e Arquivo Histórico dos Recursos Hídricos em Portugal.
A constituição deste novo equipamento é de grande relevância no que diz respeito à preservação e tratamento dos acervos históricos, no seu papel interativo junto da comunidade e na disponibilização dos arquivos para investigação.
Diário de Aveiro |