EQUIPA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO VENCE CONCURSO DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.

Uma equipa da Universidade de Aveiro venceu, pela 4ª vez consecutiva, o concurso de inteligência artificial BioASQ.

A "BIT.UA", do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro (IEETA), da Universidade de Aveiro, foi uma das duas vencedoras do desafio BioASQ, um concurso que pretende premiar projetos que aliem a inteligência artificial (IA) à investigação biomédica.

Este concurso, organizado pelo Demokritos NCSR (National Center for Scientific Research), da Grécia, (http://bioasq.org/about/organisers) e que tem como principais patrocinadores a Google, a Elsevier, e a Ovid (plataforma de suporte à investigação em ciências médicas), desafia os participantes a desenvolver sistemas de IA capazes de compreender e analisar vastas coleções de texto biomédico e responder a perguntas complexas, úteis para os especialistas biomédicos, explicaram os membros da equipa vencedora.

Na prática, os trabalhos a concurso pretendem criar algo semelhante ao ChatGPT, mas que só utiliza artigos da fonte de informação PubMED (um motor de pesquisa na área das ciências da vida e biomedicina) para responder a perguntas biomédicas, esclareceu o membro da equipa e estudante de doutoramento, Tiago Almeida.

Assim, esta é uma competição de referência nesta área científica e que estabelece o padrão global para os avanços em IA aplicados à literatura biomédica, segundo os vencedores.

Refletindo sobre o feito, Tiago Almeida, sublinha que "ganhar o BioASQ pela quarta vez é um testemunho da dedicação da nossa equipa em ultrapassar os limites da IA na pesquisa de informação biomédica."

"Esta vitória representa mais do que a continuação de uma série de vitórias: ela destaca o envolvimento dedicado da equipa numa das principais competições internacionais de Inteligência Artificial (IA) e processamento biomédico de linguagem natural (PNL)", consideram.

Richard Jonker e Roshan Poudel, outros membros da equipa vencedora, salientam os desafios técnicos que enfrentaram.

"Tínhamos prazos rigorosos, mas com trabalho árduo e longos dias de trabalho, conseguimos produzir resultados competitivos”.

“Os avanços registados na IA para a pesquisa de informação biomédica e a resposta a perguntas são muito promissores para aplicações no mundo real, desde a melhoria dos sistemas de informação médica até à ajuda no diagnóstico avançado de cuidados de saúde. Isto poderá revolucionar a forma como os profissionais de saúde acedem e utilizam a informação, melhorando os cuidados aos doentes e as metodologias de investigação”, frisam.

Já o investigador Jorge Miguel Silva salienta o impacto mais alargado do trabalho.

"As nossas conquistas no BioASQ não são apenas vitórias académicas; contribuem para moldar a investigação futura e as aplicações reais em IA e cuidados de saúde".

Jorge Miguel Silva sublinhou ainda o potencial destes avanços na criação de tratamentos médicos mais eficazes e personalizados.

Os outros membros da equipa "BIT.UA" incluem, entre outros, o docente Sérgio Matos.

Em 2023 numa das categorias a concurso participaram nove equipas com um total de 27 sistemas para serem avaliados.

Na outra categoria participaram 16 equipas com um total de 59 sistemas em avaliação.

 

Texto e foto: UA

 


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