O novo equipamento vai permitir desenvolver estudos não só de pasteurização, como também de esterilização de alimentos com aplicação de alta pressão, processo que poderá vir a dar origem a uma nova geração de alimentos esterilizados, "com qualidade incomparavelmente superior aos actuais".

A aplicação de alta pressão hidrostática a alimentos tem como vantagens o facto da transmissão de pressão ao alimento ser praticamente instantânea e homogénea, sendo também uma tecnologia amiga do ambiente, dado que usa apenas água e não produz resíduos.

Por esse processo consegue-se pasteurizar alimentos a frio, sem aplicar calor ao alimento, mantendo as suas qualidades nutricionais, o cheiro e o sabor .

O novo equipamento vai ainda permitir realizar estudos que visam a conservação de alimentos por congelação assistida ou induzida por alta pressão.

De acordo com a mesma fonte, "nos próximos anos, é expectável o aparecimento de toda uma nova geração de alimentos processados por alta pressão, alterando de modo substancial o posicionamento e actividade do sector agro-alimentar".

Trata-se de uma área de investigação considerada prioritária pelos investigadores de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agro-Alimentares da UA.

A Universidade de Aveiro é actualmente a única instituição portuguesa q ue participa na criação de uma rede de investigação de alta pressão para conservação de alimentos, que envolve outras 23 instituições da América Latina, Estados Unidos e Espanha.

Os primeiros produtos alimentares pasteurizados por alta pressão surgiram no Japão em 1990, existindo já uma gama considerável de produtos alimentares processados por pressão, que incluem sumos e purés de frutos, ostras, molhos e c arnes.
Diário de Aveiro