CONSTITUIÇÃO DE UMA COMISSÃO PARA ACOMPANHAR O EXECUTIVO

A Assembleia Municipal de Cantanhede aprovou, por unanimidade, “a constituição de uma comissão para acompanhar o executivo camarário nas acções a empreender junto da Região de Saúde e de outras entidades competentes, no sentido de evitar o eventual encerramento do Serviço de Urgência do Hospital de Cantanhede”.

A proposta partiu de uma iniciativa conjunta do PSD e do PS, bem como do representante da Junta de Freguesia da Tocha, eleito pela coligação PSD/CDS, e do eleito pelo movimento independente “Mais Vilamar”.

A população e as forças vivas estão unidas

A Comissão é constituída pelo ex-presidente da Câmara de Cantanhede, Jorge Catarino, José Maia Gomes, em representação do PSD, e Pedro Carrana e Dulce Santos, em representação do PS.

O presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, João Pais Moura, já fez saber, através de comunicados, que “a população do Concelho e as forças políticas que a representam estão unidas em torno da defesa intransigente da manutenção do serviço de urgência do Hospital de Cantanhede”.

Afirma ainda que “a Câmara Municipal bateu-se denodadamente pela construção do Centro de Saúde de Cantanhede, já a funcionar, e pela realização de investimentos na valorização de todas as valências do Hospital Arcebipo João Crisóstomo, cujas obras estão a ser concluídas”. É que a Câmara Municipal defendeu sempre uma cultura de proximidade dos serviços de saúde com as populações, única forma de assegurar aos munícipes, em tempo útil, a prestação de cuidados médicos, em especial àqueles que mais precisam, nomeadamente os idosos com problemas de mobilidade e com dificuldades em fazerem deslocações aos serviços de saúde”.

Aliás, “foi com esta posição de princípio que a autarquia se manifestou contra o eventual encerramento de algumas extensões de saúde do concelho; foi com esta posição de princípio que a autarquia justificou também a criação de Postos de Atendimento de Cuidados de Enfermagem nas freguesias que não dispõem de Extensões de Saúde, designadamente Camarneira, Outil, Portunhos, Pocariça, Ourentã, Cordinhã e Sanguinheira, um serviço que representa um encargo financeiro muito significativo para a Câmara Municipal”.

Investimentos na ordem dos 4 milhões

Recorde-se que, numa altura em que se equaciona o fecho das urgências, estão a ser realizados investimentos no Hospital de Cantanhede que ultrapassam os 4 milhões de euros, designadamente na recuperação e ampliação das instalações e aquisição de equipamentos, tendo em vista a valorização das condições de prestação de cuidados de saúde, com forte incidência também no serviço de urgências, que, aliás, foi recentemente inaugurado.

O autarca de Cantanhede reforça que “não faz qualquer sentido, portanto, equacionar o encerramento de um serviço precisamente na altura em que passou a dispor de condições para funcionar adequadamente em novas instalações acabadas de inaugurar”.

“A confirmar-se, o encerramento do serviço de urgências do Hospital de Cantanhede - no qual sinceramente não acreditamos -, não poderia deixar de ser entendido como um inexplicável desperdício de dinheiros públicos”, realça João Pais Moura.

Por outro lado, diz ser necessário saber, com rigor, “até que ponto o eventual encerramento de mais de uma dezena de serviços de urgência na região não levantará sérios problemas na capacidade de resposta e na qualidade do atendimento na urgência dos hospitais centrais”.

Do ponto de vista da Câmara Municipal de Cantanhede, “a reestruturação e racionalização dos serviços de saúde devem ser feitas de modo a tirar partido dos investimentos efectuados, numa lógica de optimização das instalações e equipamentos existentes, afectando os meios humanos indispensáveis para dar resposta às necessidades das populações”.

Termina por afirmar que enquanto o Município de Cantanhede faz tudo o que está ao seu alcance para facilitar o acesso das populações aos cuidados médicos e de saúde, “o Ministério da Saúde, ao invés de descentralizar, parece apostado em centralizar os serviços, no âmbito de uma política que, a ser levada à prática, inevitavelmente levantará grandes dificuldades aos utentes dos serviços de saúde, especialmente aos sectores da população mais carenciados e desprotegidos”.
Diário de Aveiro



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