Foi informalmente inaugurada a Estação Elevatória C5 de Perrães, na última terça-feira, dia 27 de Junho, passando a funcionar naquele exacto momento e a receber os esgotos dos lugares ribeirinhos da freguesia de Oiã (Silveiro, Giesta, Perrães e Rego), sendo por isso desactivada a ETAR, inaugurada em 1993. “Lutar pela defesa do ambiente” A Câmara de Oliveira do Bairro esteve na sua máxima força. Marcaram presença o presidente e o vice-presidente respectivamente, Mário João Oliveira e Joaquim Santos e os vereadores, Laura Pires e António Mota, bem como técnicos do ambiente. Do lado da SIMRIA, técnicos e o presidente do conselho de administração, Sérgio Lopes. Mário João Oliveira, que carregou no botão para dar início ao funcionamento da Estação Elevatória C5, de Perrães, teceu algumas pequenas considerações, a propósito da construção e importância do emissário de Levira, que permite o escoamento dos efluentes, neste caso, e para já, das terras de Silveiro, Giesta, Perrães e Rego. “Este é um momento simbólico” que realça o facto de “em devido tempo”, a câmara de Oliveira do Bairro se ter associado à SIMRIA para a construção do emissário do Levira que “implica grandes investimentos”- afirmou o edil oliveirense, que deixou uma garantia: “Oliveira do Bairro continuará a lutar pela defesa do ambiente” e, mais do que nunca, é tempo de “incentivar os munícipes a procederem à ligação dos ramais”, uma vez que ainda cerca de 50% utilizam as fossas sépticas, o que “é muito significativo”. Recorde-se que a Câmara lançou, recentemente, uma campanha que se estenderá até Setembro, incentivando a ligação à rede, através da construção de ramais, verificando-se muito boa adesão. “Fizemos um apelo e fomos ouvidos”, afirmou Mário João Oliveira. Falou de um aumento de 50%. Entretanto, em conversa informal com os técnicos, nomeadamente com o presidente do Conselho de Administração, Sérgio Lopes, e também na sua breve intervenção, Mário João Oliveira mostrou outra preocupação, que se centra a jusante, no concelho de Anadia, que não aderiu à SIMRIA. “Queremos ser um concelho limpo, mas não estamos dispostos a receber os esgotos dos outros” - lembrou o autarca, tanto mais que as infra-estruturas estão preparadas para receber os efluentes de Anadia. No entanto, os responsáveis da SIMRIA não desistem de “namorar” Litério Marques e “estudar uma estratégia”. Por sua vez, Sérgio Lopes afirmaria que “é importante o que estamos a assinalar”, o funcionamento nesta zona do emissário de Levira, mas também o esforço que a Câmara de Oliveira do Bairro tem feito para acompanhar todos os outros na implantação do sistema multimunicipal de saneamento da ria de Aveiro. Mais ligações ao emissário O emissário do Levira, que vai servir as freguesias de Oiã, Oliveira do Bairro e Troviscal, é constituído por 12 kms, de conduta, com diâmetros entre 200 mm e 560 mm, e por quatro estações elevatórias - duas de média dimensão e outras tantas de pequena dimensão. A estação elevatória de Perrães é constituída por três bombas do tipo submersível, possui gradagem de efluentes e ventilação e ainda um gerador de emergência de 136 KWA. Os efluentes recebidos na EEC5 são conduzidos através de conduta elevatória e respectivo colector para a estação elevatória V14, em Fermentelos e posteriormente canalizados através do interceptor Vouga até à ETAR Norte, sendo despejados no mar através de emissário submarino de S. Jacinto, com nível de tratamento secundário e uma distância da costa de 4 kms. Em Setembro, fins, está previsto começar a funcionar o emissário que vai conduzir para outras estações intermédias os efluentes das freguesias de Bustos, Mamarrosa e Troviscal. Enquanto em Outubro, serão ligados à rede os esgotos da Serena, Montelongo, Vila Verde e Bunheira. Refira-se que os esgotos de parte da cidade de Oliveira do Bairro já estão a ser conduzidos para a estação de Vila Verde, enquanto está previsto, em Outubro próximo, começar a ser construído o emissário do Cértima que irá beneficiar a parte nascente de Oliveira do Bairro. Os esgotos de Palhaça, Águas Boas e Oiã estão a ser drenados, via Zona Industrial de Oiã.. Semelhantes à estação elevatória de Perrães, há outras situadas na Serena, Bunheira e Silveiro (perto da Solsil). Câmara de transição No lugar de Perrães, existe outro equipamento, que já entrou igualmente em funcionamento. Situa-se perto das instalações da Amper. É a câmara de transição/sistema de ventilação, entre as estações elevatórias de Perrães e Fermentelos, cuja localização tem sido motivo de contestação por banda do advogado Antero Maia, que se insurge, em ofício dirigido à SIMRIA, contra a sua localização perto das casas. Chama-lhe “chaminé”. “O sistema de ventilação vai expelir gases, odores e cheiros que vão afectar, 24 horas sobre 24 horas, a qualidade do ar e a qualidade habitacional envolventes”, de tal modo que “a enfermidade do ar e das casas pode agravar-se em períodos de limpeza, com a subida da temperatura”. Antero Maia não compreende mesmo por que é aquelas instalações foram construídas em zona urbana e não em zona RAN, a 500/900 metros. Na sua opinião, não foram “previstos/utilizados todos os meios eliminantes e minimizantes, de modo a prevenir os danos notórios sobre aquele zona urbana”. “Não há alternativa”, disse a JB Manuela Pato, do sector do Ambiente da câmara municipal de Oliveira do Bairro, que tem acompanhado todo o processo, relativamente à localização. Os técnicos, por razões de ordem técnica, na construção destas câmaras, procuram forçosamente os pontos mais altos (é o caso) para depois de chegados aí os efluentes serem descarregados, por gravidade, para outra estação elevatória, (neste caso Fermentelos). “Não há inconvenientes para a saúde”, acrescentou Manuela Pato, que é, além de outras, a preocupação do causídico.
Armor Pires MotaDiário de Aveiro |