O CAPITÃO ESTEVE A SER OUVIDO HOJE À TARDE

A tripulação do Navio "Joana", na maioria compo sta por pescadores portugueses, vai ficar retida no porto de Vadso até segunda-feira, dia em que o capitão volta a ser ouvido pelas autoridades norueguesas, rev elou o segundo capitão da embarcação.

"O capitão esteve a ser ouvido hoje à tarde pelas autoridades policiais e vai ter de voltar a prestar declarações segunda-feira", contou à agência Lusa Manuel Cardoso, dizendo desconhecer as razões que levaram as autoridades a reter a embarcação no porto situado na fronteira entre a Noruega e a Rússia.

O segundo capitão do navio contou que, tal como a restante tripulação, está proibido de abandonar o "Joana", apresado quinta-feira pelas autoridades no rueguesas.

"A única informação que temos neste momento é através de um relatório que as autoridades fizeram quando hoje vieram ao navio e que referia que o nome e a nacionalidade do navio eram desconhecidos", disse o segundo comandante.

A agência Lusa tentou falar com o capitão, que às 19:00 já se encontrav a de regresso ao navio, mas tal não foi possível, uma vez que aquele responsável estava a acompanhar uma equipa norueguesa que na altura fazia uma inspecção ao navio.

De acordo com o segundo comandante, "as autoridades estão a confirmar a lista da tripulação e os documentos dos tripulantes, a ver se está tudo certo".

O Navio "Joana" foi apresado quinta-feira pelas autoridades norueguesas e está desde as 13:00 de hoje no porto de Vadso.

O capitão espanhol foi o único tripulante a abandonar a embarcação para ser ouvido pelas autoridades norueguesas.

No navio ficaram os restantes 32 tripulantes (dois romenos e 30 portugu eses), que entretanto já entraram em contacto com as famílias, depois de dois di as de silêncio.

Segundo a Guarda Costeira norueguesa, o navio foi retido ao largo da No ruega porque navegava ilegalmente, sem bandeira, sem número de registo e com vár ios documentos de diferentes nacionalidades.

No entanto, o agente do "Joana" em Portugal, Silva Vieira, defende que "não é ilegal navegar em águas internacionais sem bandeira" e garantiu que o nav io tem toda a documentação "em ordem".

O agente da embarcação diz que o "Joana", com bandeira de São Tomé e Pr íncipe, estava a pescar bacalhau a 50 milhas das águas territoriais da Noruega q uando foi abordado por dois helicópteros e dois navios de guerra noruegueses.

Mais tarde, militares desceram dos helicópteros por cordas suspensas até ao navio, que foi posteriormente rebocado para o porto norueguês de Vadso.

O responsável disse ainda que este "assalto" ao navio tem por objectivo "amedrontar" o armador porque a Noruega e a Rússia "pescam cerca de 500 mil ton eladas de bacalhau anualmente naquela zona e querem aquele 'quintal' só para eles".

O navio "Joana" tem bandeira de São Tomé e Príncipe e pertence à empres a África Pescas, propriedade da Fundação Rei Andresa.
Diário de Aveiro



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