Foi em clima de festa que a Associação Desportiva de Oiã comemorou a passagem de mais um aniversário. Todos reconheceram a época fantástica que o clube realizou, mas o momento é de olhar o futuro. O clube quer continuar o seu progresso. Para que ele seja uma realidade, é necessário encontrar alguém que dê continuidade ao que está feito e ao que falta fazer. Daí que a noite de aniversário tenha sido centrada em vários apelos aos oianenses para arranjar novos dirigentes e à Câmara Municipal para que continue apoiar as obras. O crescimento do Oiã Pela excelente época, a melhor da história do clube, o jantar de aniversário merecia um pouco mais de calor humano. Alguns notáveis faltaram, outros sócios, que até se interessam pela vida do clube, também primaram pela ausência. Luís Marçalo, presidente do clube, fez um discurso curto, mas incisivo, tendo começado por agradecer a todos aqueles que trabalharam para que o Oiã atingisse o ponto mais alto da história do clube, o quarto lugar no campeonato e a final da Taça do Distrito. Noutro âmbito, no primeiro apelo da noite, o líder do Oiã disse: “O Oiã tem uma grande área disponível para várias actividades, com espaços e acessos excelentes. Façam com que os jovens desta terra ocupem os seus tempos livres em actividades que os façam mais homens e mulheres”. A terminar, Luís Marçalo deixou outro apelo: “No dia 1 de Julho, há uma importante assembleia para eleger uma nova direcção. Há que encontrar alternativas a esta direcção que está há seis anos à frente dos destinos do clube. É muito tempo, a hora é para descansar”. Dinis Bartolomeu, presidente da Junta de Freguesia de Oiã, começou por saudar as namoradas e as mulheres dos jogadores, que, com a sua força e dinamismo, contribuíram para o clube chegasse onde chegou, rotulando a época de exemplar. Sobre o futuro imediato, o autarca espera que o clube encontre uma nova direcção, fazendo votos que siga os mesmos passos: “Se não for melhor, ao menos que seja semelhante à actual. Esta direcção merecia um pouco mais de calor humano”. Em representação da AFA, Carlos Santos disse: “Não posso deixar de testemunhar o crescimento deste clube, feito notável no campeonato e a participação em todos os campeonatos da AFA, assim como pela formação e património que começa a ter”. Carlos Santos elogiou também o grande empenho que a direcção tem tido e falou da prestação notável que o Oiã teve na final da taça: “Nem sempre ganha o melhor. Não morreu ninguém por causa disso e quero aqui realçar a prestação social verificada no final da taça. A equipa que ganhou disse mal do árbitro, ao contrário da equipa que perdeu. Acho que todos devem estar felizes pela prestação desportiva”. Mário João Oliveira, na linha que nos começa a habituar, fez um discurso sóbrio, começando por felicitar a direcção e atletas pelos feitos alcançados durante a época. Depois, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Bairro falou das camadas jovens: “A aposta da Câmara Municipal está virada para a formação. O Oiã teve um aumento significativo, tudo pelo número de atletas que tem a praticar desporto”. Mário João Oliveira felicitou ainda a direcção pelo trabalho notável, esforço e dedicação nas obras do complexo desportivo, do empenho de Armando Pires da Silva, obras que têm contado com o apoio da autarquia, que não se esquece de quem trabalha. Há muitas obras por acabar Armando Pires da Silva, na qualidade de presidente da Assembleia-Geral, fechou os discursos, um discurso por vezes inflamado, que obrigou Mário João Oliveira a pedir de novo a palavra, para rebater algumas afirmações. Com o coração ao pé da boca, Armando Pires da Silva referiu que “é muito importante dar vida ao Oiã. A direcção é uma fonte viva. Há seis anos que lideramos esta Associação, eu assumi a totalidade dasobras. Peço aos actuais dirigentes que apoiem a nova direcção, porque o clube não pode morrer”. Virando a agulha para as obras, Armando Pires da Silva, sublinhou que “as obras são importantes. Podem não ser reconhecidas para muita gente de Oiã, mas para gente de fora são, como foi o caso da presença da selecção nacional e da selecção de Itália”. Virando-se para o presidente da Câmara, disse: “O mais importante para mim o senhor não falou, ao assumir o tratamento do relvado”, prosseguindo que, “no estudo urbanístico, em tudo o que já foi feito, a Câmara Municipal não gastou mais de meio milhão de euros. Há muitas obras por acabar, que custam muito dinheiro, continuo a confiar na Câmara Municipal”. O discurso de Armando Pires da Silva começou a subir de tom. Foi o momento de deixar algumas perguntas no ar: “Por que não um centro de estágios para Oiã, como também a construção de um hotel, visto que há espaço? Quase todas as freguesias têm um pavilhão, Oiã não tem. A secção de desportos motorizados, que leva o nome de Oiã de norte a sul do país, precisa de um terreno. Nós não temos dinheiro. Alguém nos tem de apoiar”, concluiu. Processo de legalização Perante estes dados, Mário João Oliveira pediu a palavra. Sobre o estádio, o edil oliveirense disse que “as obras estão num processo de legalização. O pavilhão, centro de estágio, hotelaria, tudo a seu tempo se resolve. Neste momento, o nosso empenho está direccionado para o largo do cruzeiro, rua do caminho-de-ferro, para outras áreas sociais”. Mário João Oliveira traçou outras prioridades, como a Alameda, onde serão investidos quatro milhões de euros, e outros tantos para o parque das feiras. Tudo esclarecido, o jantar de aniversário caminhava, a passos largos, para o seu final. Antes disso, foi altura da entrega de lembranças. Manuel Borras, em representação do OBSC, entregou uma, e falou das boas relações entre os dois clubes, que pretende preservar no futuro, como falou da ausência do filho, que joga no Oiã, no jantar. Queirós, em nome dos jogadores, usou da palavra, para dizer que não está o filho, está a mãe, Lurdes Oliveira, que hoje (sexta-feira, dia 9) faz 52 anos. Um gesto bonito, com direito a um ramo de flores e “parabéns a você”.
Manuel ZappaDiário de Aveiro |