Leontina Novo, ex-vereadora da cultura e actual vereadora da oposição do CDS/PP, recebeu, na última quinta-feira (Dia da Ascensão), no final da reunião de câmara, pelas mãos do presidente, Mário João Oliveira, um cheque no valor de 15.227 euros, a que serão deduzidos os impostos legais, enquanto que Acílio Gala, ex-presidente, vai receber, pelo correio, um cheque no valor de 34.895 euros, referentes aos subsídios de reintegração que ambos tinham solicitado em Dezembro do ano passado. Pagamento recebeu unanimidade Mário João Oliveira surpreendeu todos os presentes, na reunião de câmara, com a entrega do cheque a Leontina Novo que se mostrou surpresa com o gesto. O autarca fez questão de frisar que uma vez tendo a colega presente, não faria sentido enviar o cheque pelo correio. O pagamento recebeu a unanimidade de todos os vereadores presentes, enquanto que Leontina Novo saiu, temporariamente, da sala para não deliberar sobre um assunto que lhe dizia respeito. Recorde-se que Acílio Gala (aposentado desde 1990 e que cumpriu 16 anos de mandato autárquico) solicitou um subsídio de 34.895.96 euros - o máximo previsto na lei - enquanto que Leontina Novo (professora na Escola Secundária de Oliveira do Bairro) recebeu 15.227.34 euros, o que já tinha levado, no ano passado, Mário João a desabafar que não estava à espera destes pedidos. Nessa ocasião, o actual vereador das obras, António Mota, disse tratar-se de “uma falta de moral”, recordando que ele próprio, quando exerceu, na década de oitenta, as funções de vereador (saiu em 1989) não solicitou qualquer subsídio. “Entendo que devem receber o subsídio quando as pessoas saem de um cargo destes e não têm emprego, mas aqui estamos perante uma situação de reforma e de emprego fixo. É que, nos dois casos, não houve situação de reintegração”. “No caso do ex-presidente a questão até foi premeditada”, recordou António Mota que chegou a sugerir à vereadora Leontina Novo que distribuísse os cerca de 15 mil euros que ia receber pelas associações do concelho. Enquadrado na lei No final da reunião, Leontina Novo explicou ao Jornal da Bairrada que o seu pedido está enquadrado na lei, relembrando que muitos outros políticos o fizeram a nível nacional.Diário de Aveiro |